domingo, 11 de agosto de 2013

QUEM MATOU YESHUA!!


         A PROVÍNCIA ROMANA DE ISRAEL

Quando os macabeus, movidos por um ideal de fé e liberdade religiosa, reconquistaram o domínio de Jerusalém repurificando o Templo Sagrado, profanado por Antioco IV, governante selêucida, descendente e Alexandre, o grande, em 164 a. EC, um novo momento se iniciaria na história judaica (1 Mac 4:36-61).
Um momento cujas etapas completamente diferentes umas das outras dariam contornos surpreendentes a essa, inicialmente heroica história, que se tornaria o alicerce de um estado de corrupção espiritual que culminaria na destruição de Jerusalém no ano 69 a.EC (1Mac cp. 9-12). Sobre esses eventos estudaremos em breve, mas antes abordaremos mais detalhadamente o cenário de Israel sob domínio do império Romano.
A Judéia torna-se oficialmente uma província romana, a partir de 67 a. EC com a derrota dos últimos reis Selêucidas (Antioco XIII e Felipe II), pelo general Pompeu, sob domínio de Julio Cesar, resultando inicialmente no apoio romano ao reino Hasmoneu da Judéia com quase todo o tamanho do atual Estado de Israel, através de Hiscano II ( Terceiro descendente de Simão, irmão de Judas Macabeu) que culminou na anexação da Síria, último refúgio Selêucida em 63ª.EC.


COMO SE DEU O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO ROMANA NA JUDÉIA?

Até aqui, apesar de todos os confrontos e iminentes situações de conflito, a Judéia dos Hamoneus, sentia-se um reino soberano e donos de suas próprias decisões Hircano II, aclamado sumo sacerdote por sua mãe Salomé, governante do reino Hasmoneu entre 76 e 67 a. EC, pretendia permanecer na posição acumulativa de sumo -sacerdote  e rei da província, apesar do acordo com os fariseus, de que isso não aconteceria . Influenciado, no entanto, por Antipater, seu conselheiro idumeu, de linhagem judaica por conversão forçada durante a expansão do império hasmoneu, tentou se impor o que resultou no cerco de Jerusalém por Pompeu, que outrora o apoiava, e a fragmentação do território judeu, a destruição do porto de Jope (Yafo) e dos muros de Jerusalém.
Posteriormente, contudo, Julio Cezar acaba por conceder a Hircano o título de etnarca da província judaica, permitindo-lhe a reconstrução do que fora destruído por Pompeu, seu então inimigo político. Ele também nomeia Antiparter, acessor de Hircano, como governador, dividindo, finalmente, os poderes religiosos e políticos. Os filhos de Antiparter, Herodes I e Fasael, foram postos como vice-governadores sobre a Galiléia e Jerusalém, respectivamente.
Obviamente, toda a classe religiosa judaica entendeu isso como uma total afronta. O império romano, sem legitimidade teocrática, jamais seria aceito pacificamente como governantes, principalmente com o apoio da classe sacerdotal, representada por Hircano, e consolidado por uma família de idumeus, descendentes de Esaú, ainda que professantes, oficialmente, da fé judaica.


EM QUE O DOMÍNIO ROMANO ATINGIU DIRETAMENTE A VIDA JUDAICA DE ISRAEL?

Judeus religiosos erma assassinados a todo momento. Por vezes, por questões de insurgência rebelde (zelotes), ou simplesmente por não aceitarem a forma como  a Judéia pouco a pouco tornava-se uma polis grega, a exemplo do que ocorrera na época dos macabeus, agora sob domínio de Roma, com o apoio dos mesmo que lutaram pela liberdade.
Herodes, entre os dois, acabou por ser o que mais se destacou. Ele liderou a construção de ginásios, em homenagem aos deuses do Olimpo, onde jogos eram realizados, quase sempre por esportistas nus, o que feria a ética judaica, era desprezada pela parte religiosa do povo. Além disso, banhos públicos, teatros, onde eram encenados temas da m aos mitologia grega, considerada idolátrica pela fé judaica e por fim templos aos mais diferentes deuses, infestavam toda a província, incluindo Jerusalém. O anseio pela chegada do Mashiach começava a nascer no coração do povo que permanecera fiel a Torah, enquanto um processo de rehelenização gradual era perceptível entre os judeus que encontraram favores em cargos públicos romanos e pela própria classe sacerdotal.
Deste ponto em diante, começamos a conhecer Herodes I, pelos escritos do Novo Testamento, pela forma agressiva, assassina e déspota como governava a nação judaica. Ler: (Nasc. de Yeshua MT 2:1-16; de Yohanan Lc. 1:5-25).
Herodes, o grande nasceu em Jericó em 73 a. EC e morreu em março do ano 4 a. EC e seu túmulo foi encontrado em 2007 na fortaleza em forma de colina, conhecida como Herodian.

2 - FACÇÕES JUDAICAS E SUAS RELAÇÕES POLÍTICO – SOCIAIS

Com a morte de três dos cinco filhos de Matatiahu HaKohen (Sacerdote Matatias), motivador do Chanukah, incluindo Yehudah, chamado de Macabi, o mais famoso deles, couve a Yehonathan, a tarefa de consolidar a independência judaica aproveitando-se do vácuo entre o declínio do império grego e a expansão da nova e promissora república, que mais tarde tornar-se – ia o império romano.
Numa reviravolta surpreendente aos escribas e tementes a Torah que ajudaram a lutar pelos ideais da pureza religiosa, assistem a crescente reaproximação entre Macabeus e a política imperial helênica e agora também romana. Esta aproximação atinge seu ápice com a aclamação de Jonathas, ao cargo de Sumo-Sacerdote judeu em 153 a. EC, por ordem de Alexandre Balas, quarto sucessor de Antioco Epífanes, uma forma, mais que clara de encontrar plataforma política, em detrimento dos fatores que motivaram a revolta macabeia apenas uma década antes. Deste ponto em diante, todos os demais sucessores de Jonathas, de algum modo, estarão profundamente comprometidos com alianças políticas pagãs e o sacerdócio, como fora concebido no Sinai, jamais existiria novamente.
É nesse momento que os religiosos judeus, que lutaram junto a Judas, descontentes com os atuais contornos políticos religiosos, acabaram por formar gradualmente uma força popular de oposição. Eles eram conhecidos como “assideus” (Hassidim – Os Tementes). Estes viriam a se tornar, mais tarde, nos fariseus e nos essênios.
1- COMO SURGIU O MOVIMENTO DOS SADUCEUS?

A origem dos saduceus, é na realidade, pouco conhecida e suas fontes acaba por divergir-se em suas opiniões. Para Flávio Josefo, importante historiador da época contemporânea de Yeshua e considerado a principal fonte acerca das circunstâncias históricas dessa época, afirma que os saduceus, remontam a época do sacerdote Zadoque, registrado no livro das crônicas como descendente direto de Elazar, filho de Aarão (1Cr 6: 4-15). Do qual toda a dinastia sacerdotal bíblica deveria descender, auxiliados, dali para frente, de acordo com os 24 turnos sacerdotais, determinados por David (1Cr 24:1-19).
Para Maimônides em sua obra “Comentário Sobre a Mishnah”, O saduceus são, na verdade, um grupo formado a partir dos ensinamentos de um tal Zadoque, discípulo de Antígono de Soco, a partir da má interpretação de suas palavras de que não se deve servir a D-us esperando recompensa. Tzadik, a partir daí, desenvolveu a ideia de que a vida resume-se a este presente tempo, anulando a crença na ressurreição e na vida após a morte.
Historicamente, no entanto, sabe-se que sua consolidação como facção judaica, durante o período do reinos dos hasmoneus, quando, apoiaram a nomeação política  do cargo de sumo – sacerdote. Essa atitude acaba por criar uma situação de corrupção na classe clerical judaica, o que culminou na oposição dos assideus (Chassidim – os tementes), classe que antes lutara ao lado dos Macabeus, mas que agora se opunha a suas alianças com selêucidas e Romanos, contando com a simpatia da então maioria religiosa que compunha a comunidade judaica da época, ainda influenciada pelos ideais de Chanukah.


2- COMO SURGIRAM OS MOVIMENTOS FARISAÍSMO E OS ESSÊNIOS?


 Com a coalizão entre os governantes Macabeus e as classes dominantes imperiais pagãs, o chamado “movimento dos tementes”, dividiram-se em duas subclasses. Os essênios, muitos dos quais componentes da classe sacerdotal reclamante e deposta de seu posto, dado a incidentes políticos, que se refugia no deserto da Judéia em comunidades chamadas e “Yachad” (Unidade). Sendo a mais conhecida delas a de Kumram, às margens do mar morto.
Já os chamados Perushim (Fariseus), ao invés de se apartar da comunidade popular, lutou para se recolocar na posição de mestres da lei e professores, a exemplo de seu considerado patrono, o sacerdote Ezra. Para muitos, atualmente, Esdras é considerado o primeiro dos fariseus, enquanto para outros, a mesma titularidade a Simão, o Justo, irmão de Judas Macabeu, de onde descendem os assim chamados Hashmonaim, ou hasmoneus (Filhos de Simão).
Os fariseus, apesar de se manterem apartados dos interesses políticos do templo, articulado entre política e concessões, mantiveram-se a frente das sinagogas, casas de estudo, formadas no cativeiro babilônico e consolidadas na Judéia do período pós-babilônico, por muitas vezes, aliaram-se aos Saduceus, para alcançar interesses comuns e não poucas vezes compartilharam o mesmo espaço, entre os 72 componentes do sinédrio.

O SACERDÓCIO JUDAICO E SUA RELAÇÃO COM ROMA

Ainda nos dias de Yehudah, o Macabi, já era possível perceber a decadência do oficio sacerdotal, tendo em conta seu gradativo comprometimento com o poder político império romano.
Contudo, a decadência d oficio sacerdotal já é perceptível nos dias do profeta Jeremias (Jr 7:1-15 e 23:!-8). Jeremias natural de Anote e portando, provável descendente do sumo sacerdote Eli, do Tabernáculo de Shiloch, acusava a casa de Tzadok, linhagem que remontava os dias de David, de ter se distanciado do propósito Divino a cerca do sacerdócio levítico.
Tzadok era descendente direto de Elazar, filho de Aharon e sua dinastia durou até a morte do sumo sacerdote Onias, na época de Antioco Epífanes, passando por Yehoshua filho de Joosadaque (1Mac 1:10-15, 1Mac 4:1-6, 1 Cr 6:1-15).

COMO SE DEU A TRANSIÇÃO ENTRE O SACERDÓCIO GENUÍNO ATÉ A ÉPOCA HERODIANA?

Com o incidente de corrupção final com a ascensão Menelau, um sacerdote de uma dinastia estranha e sem autenticidade Tzadoquita, o principado religioso de Israel estaria fadado ao demérito e falta de legitimidade. Os próprios Hashmonaim, não pertenciam a dinastia original, já que Matatiahu era descendente de Jeoaribe, de um dinastia sacerdotal de segunda classe. (1Mac 2:1-6, 1Cr 24:7). Mas foi com a subida de Herodes I ao trono da Judéia em que o último sacerdote Hasmoneu, Antígono Matatias, após declarar sal oposição a Roma e seu povo, foi preso e morto pelo império em 37 a. EC. A partir daí Herodes substitui  a seu bel prazer e caprichos, assim como seu sucessores, os nomeados para o cargo de sumo sacerdote. Entre a morte de Antígono e a destruição do templo, em apenas 33 anos, 28 sumo sacerdotes exerceram o supremo pontificado de Israel todos por influência e interferência direta do governo herodiano e dos procuradores romanos da província Judaica.

QUAL ERA A RELAÇÃO ENTRE OS SACERDOTES DOS DIAS DE YESHUA E A POLÍTICA ROMANA?

Os sacerdotes, conhecidos e apresentados pelo novo testamento, estão longe de serem de genuínos descendentes dos verdadeiros sacerdotes. Tratava-se na realidade de uma aristocracia religiosa, rica e politicamente influente, que ocupava um lugar estratégico no controle de Roma sobre os judeus.
Herodes havia transformado pequeno templo de Esdras em uma suntuosa obra de engenharia e arquitetura que até hoje a citada como uma das maiores obras da antiguidade. Os sacerdotes haviam se tornado distantes e intocáveis a população geral e não contavam com a simpatia do povo, que os viam como meros fantoches do império para atender aos interesses de Roma.
Os fariseus se ocupavam com os trabalhos na sinagoga, os zelotes representavam uma constante ameaça à estabilidade da província, sempre a beira de uma revolução nacionalista fomentada por eles. Os Sacerdotes por sua vez, Saduceus por ascendência e filosofia, tinham seus interesses completamente distantes da fé e da preservação da Torah,
De acordo com o historiador Flavio Josefo, sete foram os sacerdotes que sucederam o pode clerical entre o nascimento de Yeshua e a destruição de Jerusalém, todos membros de uma mesma família aristocrática. São eles: Anãs bem Sere (6-15 d. EC), Anãs o pai, sogro de Caifás( João 18:13). Eleazar bem Anãs (16-17 d. EC) Josefo bem Caifás 18-36 d. EC), que se casou com a filha de Anãs. Jônatas bem Anãs (36-37 e 44 d. EC) Teófilo bem Anãs (37-41 d. EC) Matias bem Anás (43 d.EC) Anás bem Anás (63 d. EC), Anás o filho, mais jovem dos cinco irmãos.
O sumo sacerdote Caifás, genro de Anás, que ainda exercia influência sobre o primeiro, o mais conhecido entre os cristãos, fora colocado em seu cargo pela mão de Roma, pelo procurador romano que antecedeu a Pilatos, Valério Grato, em 18 d. EC. A Mishnah, no tratado de Parah 3:5, se refere a ele como HaKof (“O Macaco”), trocadilho com seu nome, é um termo pejorativo que se referia a sua fraqueza diante do poder imperial. De acordo com alguns trechos do Novo Testamento, Caifás participou do julgamento de Jesus no Sinédrio, (Supremo Tribunal dos Judeus), após a prisão deste no Jardim de GuetShemani.

4- A ERA HERODIANA E SUA RELAÇÃO COM OS JUDEUS

Durante as oitos décadas em que os hasmoneus mantiveram seus cargos de sacerdotes-reis da Judéia, ampliaram suas fronteiras de cerca de 2500 Km² para o que hoje representaria quase dois terços do atual Estado de Israel. Durante este período expansionista , conquistaram muitos territórios não legitimamente judaicos, obrigando sua população a converter – se ao judaísmo, fato ocorrido também durante a expansão da fé islâmica quase 800 anos mais tarde. Entre os territórios ocupados esta a Iduméia, região sul do atual território jordaniano de onde, 4 gerações mais tarde um certo homem de muita influência, conhecido como Antipater (Pai de Herodes, o grande), ascenderia ao cargo de etnarca da Judéia ( Uma espécie de governante vassalo do Império, mas representante da etnia dominada, no caso dos judeus).
Com a morte de Shimon Macabeu, irmão de Judas, João Hircano I, seu filho reinou em seu lugar. Após a sua morte em 104 a. EC, Aristóbulo e Alexandre Janeu, o sucedem, Primeiramente Aristóbulo, que casa-se com Salomé, da casa hasmoneia, que também  após a usa morte, casa-se com seu cunhado, Alexandre, pela lei do levirato e gera a Hircano II e Aristóbulo II; que após o governo da única rainha de Israel por 11 anos acabam lutando pelo cargo de governantes.

         COMO HERODES CHEGA AO PODER DA JUDÉIA?

          Com o apoio do General Romano Pompeu, conquista a Judéia em 63 a. EC, Hircano II torna-se sumo – sacerdote, contudo o governo político é entregue a seu então conselheiro idumeu, Antipater, já citado acima. Inicia – se ai o chamado Governo Herodiano da Judéia: Com seu assassinato, em 43 a. EC, seus dois filhos, Fasael e Herodes reinaram em seu lugar, cabendo ao segundo o governo da Galiléia; em 37 Hordus (Herodes), como era conhecido seu nome judaico, torna – se oficialmente rei da Judéia e amplia consideravelmente seu território.
            Os 41 anos de seu poder fora marcado por medidas ditatoriais e assassinas. Já no inicio de seu governo manda assassinar todos os membros fariseus do sinédrio, que promoveu inúmeros massacres aos mesmos ao longo de seu história. Para legitimar sua condição de Rei, casou-se com Miriam, filha de Alexandra e com ela teve dois de seus 15 filhos.
            Para Maimônides, em sua obra “Comentário Sobre a Mishnah”, o saduceus são, na verdade, um grupo formado a  partir da má interpretação de suas palavras de que não se deve servir a D-us esperando recompensa, Zadok, a partir daí, desenvolveu a idéia de que a vida se resume a essa vida, anulando a crença na ressurreição e na vida após a morte.
            Historicamente, no entanto, sabe – se que sua consolidação como facção judaica, durante o período do reino dos hasmoneus, quando apoiaram a nomeação política do cargo do sumo sacerdócio. Essa atitude acaba por criar uma situação de corrupção na classe clerical judaica, o que culminou na oposição dos assideus (Hassidim – os tementes), classe que antes lutara ao lado dos Macabeus, mas que agora se opunha a suas alianças com selêucidas e romanos, contando com a simpatia da então maioria religiosa que compunha a comunidade judaica da época, ainda influenciada pelos ideais de Chanukah.

     COMO SE DEU A SUCESSÃO DE HERODES NA JUDÉIA?

Comparado por alguns pesquisadores a um senhor feudal, Herodes divide seu reino entre seus três filhos: Herodes Antipas (Galiléia e Transjordania), Arquelau (Judéia, Samaria e Iduméia) e Herodes Felipe (demais regiões menos mencionadas. É morto posteriormente por Antipas, que casa-se com sua esposa).
Herodes Antipas é quem é mais amplamente citado nessa fase da história do Novo Testamento. Foi contra ele que profetizava João Batista (MT 14:1-12, Mc 6:14-29, Lc 3:1-14). Este mesmo Herodes foi quem participou do julgamento de Yeshua, aproveitando-se desse momento político para reconciliar-se com Pilatos, que era amigo pessoal de Caifás, o Sumo Sacerdote. Foi ele a quem foi dada a oportunidade de açoitar Yeshua, como prova de sua fidelidade a Roma e a seu governo cesariano. (Lc 23:1-12, At 12:1).
Herodes Antipas, também foi responsável pela perseguição aos discípulos de Yeshua (At 12:1 – 13:1).


5 A COMUNIDADE JUDAICA E A EXPECTATIVA MESSIÂNICA

Nos dias do segundo templo, diante da situação judaica com relação ao seu domínio    romano, entre a população mais religiosa era perceptível a ansiedade pela chegada do messias.
A profecia das setenta semanas dava conta de que por esse dias o Mashiach deveria aparecer (Dn 9:24-27). No entanto, entre a classe sacerdotal dominante da época, corrompida em suas relações políticas como Roma, era perceptível o desinteresse pelo tema.
Por outro lado, era incontestável a necessidade de um novo rumo para a situação religiosa judaica da época.
Entre os fariseus, que até então eram responsáveis pela educação religiosa do povo de Israel, era crescente a desvirtuação de seu inicial propósito.
As atividades de educação religiosa ganhavam dimensões comerciais e muitos deles aproveitavam de sua condição para adquirirem privilégios do povo (MT 23:15, Mc 12:38-40).
Por esses tempos no reinado de Herodes, o grande, havia, entre alguns, uma perceptível ansiedade para que este quadro pudesse mudar.

QUE PROVAS TEMOS NOS ESCRITOS DA NOVA ALIANÇA DESTA EXPECTATIVA¿

Durante o reinado de Herodes, o grande, Zacarias, um sacerdote da família de Abias descente de Itamar filho de Aarão, ministrava no Beit HaMIkdash, quando recebeu dos céus  uma profecia. Zacarias, do qual a mulher era estéril, havia recebido de D-us a mensagem que seria pai e que, este filho representaria um novo momento na história do povo de Israel. (Lc 1:5-25).
O anúncio do nascimento de João Batista cumpria a profecia que antes da chegada do Messias, Elias, o profeta, deveria aparecer para preparar o caminho para o Redentor de Israel. Após o nascimento do menino seu agradeceu a D-us em forma de canto, palavras que sugeriam a expectativa pelo surgimento da salvação. (Is 40:1-11; Ml 3:1-5; Ml 4:4-6).
Durante o mesmo período, seis meses depois, Mirian, uma jovem virgem desposada de um homem chamado Yossef da tribo de Judá, descendente direto de David, recebera também de D-us a mensagem que em seu ventre o próprio Messias seria gerado (Lc 1:26-38). Tempos depois, já casado com Miriam, ponderado a respeito da informação de que seria pai do Mashiach, Yosef temeu pela vida de sua esposa e filho, por conta do perigo do rei Herodes intencionar matá-los, uma vez informado de tão grave acontecimento que poria em cheque sua situação de rei e sua relação com Roma.
Tendo assegurado por D-us, através da aparição de um anjo a ele dizendo que D-us cuidaria da criança, uma vez que essa fora tomada por filho de D-us mediante a concessão do Espírito Santo, a este, ainda no ventre de sua mãe, Yossef decide, então, permanecer ao lado de sua mulher (MT 1:18-25).
Quase dois anos após o nascimento do menino, informado pelos magos a respeito de seu nascimento, Herodes manda assassinar todos os meninos da Judéia com idade inferior ou igual a dois anos.
Diante desses acontecimentos, Yossef sendo orientado por D-us, em companhia de sua família, se refugia no Egito ate à morte de Herodes (Mt 2:1-23). Sua mãe Miriam, similar com o que ocorreu com Zacarias após o nascimento de seu filho, entoou um canto a D-us também fazendo referência a redenção de Israel que ocorreria pro meio daquela criança. (Lc 1:46-56).
Uma outra menção ainda da expectativa que o Messias deveria nascer é encontrada no relato que menciona o sacerdote Shimeon, que foi quem presenciou a apresentação do menino Yeshua no templo após os quarenta dias de purificação de seus pais.
Segundo relato do Novo Testamento, D-us havia prometido a Shimeon que este não morreria sem presenciar o nascimento do ungido (Lc 2:25-40).
Todos esses relatos denotam a tensão político – religiosa que se instaura sobre a população judaica da época do segundo templo. Por um lado, a esperança de ressurreição, baseada nos escritos dos profetas, que registrava a época em que o Messias deveria aparecer; por outro lado, um espírito de temor perceptível na população geral, frente a opressão romana e constante iminência de perseguição e morte, situações comuns durante o reinado de Herodes, que ao longo do mais de 50 anos de seu governo, foi responsável pela morte de milhares de vidas judaicas.



6 O APARECIMENTO DE YOHANAN HAMATVIL (JOÃO BATISTA)

               Quase trinta anos se passaram, desde o nascimento de Yeshua e João Batista. Agora já no reinado de Herodes Antípas, filho de Herodes, o grande, a “voz do que clama no deserto”, como se auto denominava, baseado na menção do profeta Isaías 40, João aparece no deserto da Judéia, apregoando a necessidade de arrependimento dos pecados e acusando a classe sacerdotal e política dos inúmeros pecados e atrocidade cuja culpa recaia sobre seus ombros.
            A pregação de Yohanan, cujo teor era perceptivelmente influenciado por sua vivência entre essênios, trouxe para o cenário de seu tempo um desconfortável incomodo à figura de Herodes, cuja imagem já se encontrava bastante desgastada entre a maioria da população; não bastasse o fato da forma déspota de que governava sobre seu povo somado aos altos impostos, por ele instaurados, soma-se a estas coisas a presente acusação, por parte do profeta, de que este mandara matar seu irmão Felipe a fim de tomar o governo da Judéia, casando-se posteriormente com sua mulher. Tal situação acabou por levar a morte de João Batista alguns anos depois (MT 14:1-12).
           
            QUAL A IMPORTÂNCIA DA FIGURA DE JOÃO BATISTA NO QUE SE REFERE AO MINISTÉRIO DE YESHUA?
           
            Profetas como Isaías e Malaquias haviam previsto que antes do aparecimento do Messias alguém cujo espírito de Elias estaria sobre ele, deveria anteceder sua chegada (Ml 3:1-5 e 4:4-6).
          Criado entre os essênios, devido a fuga de parte da classe sacerdotal para o deserto, ainda no reinado de Herodes, o grande, João foi preparado, purificado e santificado para o desafio de promover a delação da corrupção de seu tempo, sabendo que isto inevitavelmente levaria a seu assassinato (MT 3:7-12, Lc 3:1-14).  A influência essência no ministério de João Batista pode ser percebida através da importância que dava ao rito da imersão em águas vivas com a finalidade de purificação de pecados. Entre os essênios, esta era uma pratica muito comum.
            Talvez como uma forma de identificar-se com Elias, João Batista optou por vestir-se com roupas tecidas com pelo de camelo e por viver no deserto e alimentar-se das coisas que lá poderiam ser encontradas: mel silvestre e de uma espécie de gafanhoto considerado na época pelo Sinédrio kasher e ainda existente.
            Entre os temas apregoados por João Batista estava a eminência da chegada da era messiânica. Por várias vezes nos escritos do Novo Testamento lemos que, ao batizar as pessoas que vinham a ele, João anunciava que após ele teria de vir alguém ainda mais importante e que daria continuidade à redenção que estava sendo anunciada. Com a morte de João Batista, seus discípulos passaram a seguir os ensinamentos do profeta Yeshua que mais tarde fora identificado como o Messias durante seu batismo efetuado próprio João.
           
            QUE MENÇÃO TEMOS NO NOVO TESTAMENTO DE QUE JOÃO REPRESENTAVA REALMENTE A FIGURA DO PROFETA ELIAS PROMETIDO?
           
            Ente a multidão que seguia a João, muitos cogitavam o que viria a representar a sua aparição; entre alguns, acreditava-se ser ele resultado da ressurreição de algum profeta, entre outros acreditava-se ser ele mesmo o Messias prometido a Israel. Contudo o próprio João por algumas vezes respondera a cerca de si mesmo não ser ele o Messias, mas sim, aquele que fora escolhido para preparar o seu caminho e para o identificar para as pessoas de seu tempo.
           Yohanan se identificava como a voz que clama no deserto, ou seja, o cumprimento do que havia sido profetizado pelo profeta Isaías no capitulo quarenta de seu livro, onde é dito: “Preparai o caminho do Senhor”.
          Após sua morte, tendo Yeshua sendo indagado por Seus discípulos a respeito da tradição dos anciões que mencionava a necessidade do aparecimento de Elias antes da chegada do Messias, o próprio Yeshua identifica e atribui à João a manifestação do profeta Elias em seu tempo.
            A importância do aparecimento de João está ligada a divulgação e a preparação de um ambiente social favorável que se despertasse a ansiedade pelos ensinamentos que Yeshua traria tempos depois. Com a morte de João, muitos de seus discípulos tornaram-se discípulos de Yeshua.
            Ao breve ministério de Yohanan, deve-se boa parte da popularidade gozada por Yeshua nos dias seguintes. Tal resultado seria ponto de preponderante na consolidação do ministério que Yeshua exerceria.



               7 – O APARECIMENTO DO PROFETA YESHUA BEN YOSSEF

              O aparecimento de Yeshua no cenário da Judéia é manifestado ainda nos dias da pregação de João Batista. Após batido por ele, Yeshua se prepara para seu ministério, iniciando um período de jejum de quarenta dias em cujo tempo passaria no deserto confrontando-se com suas necessidades humanas e aprendendo a controlá-las fortalecendo-se assim para um trabalho que exigiria dele um nível muito superior em santidade, coragem e presença de espírito para lidar com uma gama de situações que seriam colocadas diante dele.
            O Rabino Yeshua sabia que ao longo de sua trajetória teria que saber lidar com todo tipo de pessoa. Isso incluía a imensa massa da população pobre e  miserável, habitantes da província da Judéia, resultado de uma política déspota e corrupta do período herodiano, bem como uma classe religiosa de líderes: fariseus, saduceus, escribas e sacerdotes, muitos dos quais mostrar-se-iam uma força opositora ao Seu Ministério e por muitas vezes alvo de suas públicas e corajosas acusações.
                       
     COMO YESHUA PREPAROU-SE PARA DAR SEGUIMENTO AO PROJETO DE SEU MINISTÉRIO?

            Após seu período de preparação, Yeshua começa a revelar-se como mestre reunindo-se após si um número cada vez maior de pessoas interessadas naquilo que Ele tinha a dizer. Diferente no que era comum entre os mestres e doutores da lei, Yeshua não costumava citar  mestres anteriores a Ele e baseava suas teses em cima da tradição oral do anciãos, Isto levou ao estranhamento de parte de seu público em meio do qual crescia a percepção que seu ensino diferenciava-se dos midrashim dos doutores da Lei, um vez que esse falava como que tem autoridade, isto é, como se os ensinamento  viessem de si e não de mestres anteriores a Ele. Yeshua alegava receber do próprio D-us a capacidade de interpretar a Torah, fazendo uso de seu profundo conhecimento, não apenas da Lei de Moisés, mas também acerca dos ensinos dos profetas. Por um lado isso atraia a atenção de milhares de pessoas entre a população religiosa, ávidas pelo ensinamento de qualidade. Por outro lado, contudo, despertava a inveja e um sentimento de irritação em alguns mestres de seu tempo, que viam nisso esvaziamento de seguidores em suas fileiras. Com o inicio de seu ministério, Yeshua tratou de selecionar entre a multidão setenta homens, os quais chamaria de discípulos (Talmidim), dentre os quais posteriormente escolheria doze os quais chamaria de apóstolos (Shalichim-emissários).
            Entre a multidão que seguia os ensinamentos de Yeshua, uma classe diversificada de pessoas era percebida: religiosos, pessoas do povo de todas as classes sociais, publicanos (judeus com cargos no império romano), cobradores de impostos, zelotes (uma força de rebeldes anti-imperial) e até mesmo ex-prostitutas. Este público heterogêneo também chamava a atenção da elite religiosa de Sua época por representar para eles a perceptível capacidade de Yeshua em atrair as multidões. A medida que sua fama aumentava, sua popularidade alcançava até mesmo integrantes da classe sacerdotal, o que, doravante passava a preocupar aqueles muitos judeus, principalmente  sacerdotes que dependiam da estabilidade e do equilíbrio social para manter intactas suas relações políticas com o império.


               COMO SE DESENVOLVEU O MINISTÉRIO DE YESHUA?

            O ministério teve seu crescimento inicialmente percebido na região da Galiléia onde fora criado. Como primeiro ato de revelação de sua identidade messiânica ao entrar em uma sinagoga em Cafarnaum, vilarejo próximo a Nazaré, durante a leitura da Haftarah referente a parashá de Netsavim, texto correspondente ao capitulo 61 do profeta Isaías. Yeshua identifica-se publicamente com o texto, alegando ser ele mesmo Aquele sobre quem repousava o Espírito de D-us e que testemunhava acerca do propósito de sua missão. Os milagres que Yeshua passou a efetuar a partir desse momento, passaram a consolidar sua fama nas mais diversas camada da sociedade, cujos rumores eram crescentes, mesmo na capital Jerusalém.
            Embora muitos não o conhecessem pessoalmente, cada vez mais a Sua fama se espalhava após si um número imenso de curiosos; pessoas em busca de milagres e pessoas esperançosas para eminente chegada da paz em Israel, começavam a preocupar a classe sacerdotal frente ao galopante crescimento de sua popularidade.
            Muitos pseudo-messias tornaram-se populares na época que antecedeu a esses dias, mas nenhum deles tornar-se-ia tão popular, não apenas pelas palavras diferenciadas de Seu discurso mas também pela quantidade e grandiosidade dos milagres e sinais realizados por Ele. A partir daí, a exemplo dos ensinamentos outorgados por Moisés, Yeshua passa a ser o foco de indagações e como provar sua qualificação de profeta de D-us, não obstante aos milagres que o mesmo realizava.


                    8  IMPACTO DA MENSAGEM MESSIÂNICA DE YESHUA


         Desde o primeiro momento da mensagem de Yeshua, após ter sido ele batizado por Yohanan, a mensagem de Yeshua vinha de encontras as expectativas e anseios da maioria da população. As mensagens que ele trazia tinham o efeito de reflexão sobre a forma de como  o judeu deveria conduzir sua vida, aplicando a Torah de forma, justa e equilibrada, sem se ater demasiadamente à tradição de homens que por muitas vezes acabavam por anular o verdadeiro significado das leis outorgadas por D-us para o aprimoramento do homem. (MT 5:17; 6:8)
          Inevitavelmente, isso acabou por despertar uma reação contraditória entre os autores da Lei, a classe sacerdotal e alguns membros do Sinédrio, já que essa mensagem além de alcançar tamanha amplitude por muitas vezes era entendida como criticadora da forma como estes conduziam a espiritualidades do povo.
        Tanto no que se refere a Yeshua ou a Yohanan, seu precursor, era perceptível a clara influência essênia no teor de seus ensinamentos.
       Entre os essênios havia a prática de se abster das coisas deste mundo, buscando viver uma vida simples; chamavam-se uns aos outros de chaverim e praticavam o banho ritual como forma de purificação espiritual. Alguns entre eles optavam por não se casar e eram conhecidos pelo povo como nazarenos, muito embora não habitasse em Nazaré, mas por seu voto de nazireado, muito comum entre a maioria deles.


           É CORRETO DIZER QUE YESHUA E SUA MENSAGEM NÃO FORAM ACEITOS ENTRE O POVO JUDEU?

        Durante os três ano e meio de ministério de Yeshua milhares de pessoas o seguiram, isto representavam uma situação sem precedentes na história recente de sua época, Judeus de todas as classe, sociais e religiosos sentavam-se para ouvir os seus ensinamentos. Havia ainda aqueles que financiavam seu ministério e possibilitavam que Yeshua e Seus discípulos dedicassem exclusivamente a divulgação de sua mensagem. No  auge de seu ministério, diante dos inúmeros milagres que eram realizados por Ele e seus discípulos, comprovados por meio de seus ensinamentos e em nada contradiziam as palavras da Torah, ate mesmo pessoas de outras nacionalidades vinham a ele para obter não apenas milagres, mas também para ouvir a respeito do que ele ensinava.
            Portanto é possível dizer que os seguidores judeus de Yeshua, principalmente entre a classes dos mais religiosos, era muito maior do que se possa imaginar. Diante de uma situação social crítica vivida pela maioria da população judaica de seu tempo, vitimada por uma minoria aristocrática que gozava de uma situação privilegiada, formada por sua maioria pela classe sacerdotal, viam nas palavras de Yeshua um refrigério de esperança para os problemas enfrentados no dia a dia das pessoas.
            Assim é possível dizes que a grande maioria de judeus de seu tempo, ao contrário do que se possa pensar, estava plenamente preparada para aclamar Yeshua como Messias, caso ele viesse se declarar publicamente, o que confirma a preocupação da minoria dominante.


     QUE IMPACTO AS PALAVRAS DE YESHUA CAUSARAM SOBRE A CLASSE SACERDOTAL E POLÍTICA DA ÉPOCA¿

            Yeshua, assim como João Batista, constantemente acusavam parte da classe religiosa dominante de não cumprirem com seu papel de pastorear o povo como se deveria. A exemplo do que podemos ler no capitulo 23 do profeta Jeremias, Yeshua acusava os sacerdotes, quando suas palavras sugeriam que os mesmos seriam destituídos de seus cargos pela mão do próprio D-us, em virtude da decadência perceptível na forma como exerciam suas funções (MT 13:13-33; 15:10-20; 23:24-33).
        Inevitavelmente, a forma contundente como Yeshua criticava a classe sacerdotal e parte da comunidade farisaica, que em nada parecia estar em conformidade com o que pregava o farisaísmo, da margem gradativamente a uma conspiração, que mais tarde iria culminar em Sua morte.



                     9- OS SINAIS QUE YESHUA FAZIA X SEUS ENSINAMENTOS

            Segundo a Lei de Moisés, que prometera que um profeta seria levantado entre o povo de Israel semelhante ao próprio Moisés, estavam registrados os critérios para que um profeta pudesse ser aceito e identificado como um verdadeiro profeta de D-us para o povo de Israel.
            Este profeta que seria levantado dentre o povo de Israel deveria necessariamente ser criado por seu povo, uma vez que o próprio D-us assegurou  que suas palavras estariam em Sua boca. Não crer no Mashiach quando este chegasse, significaria na prática ter que responder diante de D-us a quebra da mitzvah.
            No entanto, este profeta, como qualquer outro profeta, deveria ser provado diante do critério bem estabelecido de que: 1 – Seus sinais deveriam ser comprovados como verídicos. 2- Suas profecias deveriam se cumprir. 3 – Seus ensinamentos não poderiam estar em desacordo com a Torah nem com os ensinos dos profetas e ou levar o povo à idolatria.

  COMO OS MILAGRES DE YESHUA PODERIAM SERVIR DE SINAL PARA SUA MESSIANIDADE?
            Os sinais que Yeshua fazia não tinham precedentes na história recente do povo de Israel. Nos quatrocentos anos em que Israel permanecera sem a figura de profetas, desde o tempo de Malaquias, não se tem notícias de alguém que tenho feito milagres da magnitude dos que Yeshua realizava. Isso acabou por despertar o interesse da própria classe sacerdotal, fazendo com que até mesmo um sacerdote, membro do sinédrio, chamado Nicodemos, certa vez tenha ido ocultamente  e ter com Yeshua e confessasse que os milagres e sinais e por Ele realizados não poderiam ser feitos por alguém que D-us não estivesse com ele.
            Entre os sinais mais relevantes do ministério de Yeshua registra-se a cura de leprosos, a devolução da visão a cegos, a cura de pessoas aleijadas e até mesmo a ressurreição de mortos. Embora sinais de menor porte pudessem ser observados entre a classe farisaica e os falsos messias que o antecederam, nenhum desses podiam ser comparados com a dimensão dos que Yeshua realizava. (Jô 3:1-12)
            Em virtude de tais sinais, ficava claro que a obra do profeta Yeshua não poderia ser mais ignorada. Logo começaram então as divagações, pelas mais diferentes classes religiosas judaicas, a fim de que Sua concepção filosófica e doutrinária pudesse corroborar para a sustentação ideológica das diferentes facções judaicas, iniciava-se assim a validação de Sua condição de profeta que doravante precisaria ser comprovada.

      COMO OS ENSINAMENTOS DE YESHUA CORROBORARAM PARA A VALIDAÇÃO DE SEUS SINAIS?
            Por algumas vezes encontramos citações no Novo Testamento, discussões e indagações entre Yeshua, fariseus, saduceus e sacerdotes. Entre os saduceus questionava-se a crença de Yeshua na ressurreição dos mortos. Yeshua claramente se posicionava favoravelmente a esta crença, como muitas vezes afirmando, Ele mesmo, como o Messias de Israel ser aquele quem ressuscitaria os santos nos fins dos dias.
            Entre os fariseus era constantemente indagado a respeito dos mandamentos. Yeshua uma vez, interrogado pelos doutores da Lei a respeito de qual deveria ser considerado o maior dos mandamentos respondeu sabiamente e disse: “Shemah Israel Adonai Eloheinu Adonai Echad.” Yeshua continua Sua resposta dizendo a exemplo do que já havia sido mencionado por Hilel, que amar a D-us sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, constitui juntamente com a crença do único D-us ser este o maior dos mandamentos (Mc 12:28-34).
            Diante destas coisas é perceptível que não restara duvida a cerca da aprovação divina no que se refere ao ministério de Yeshua, seja na operação se seus sinais ou no que se refere ao teor de Seus ensinamentos.


YESHUA E A DOUTRINA DOS FARISEUS


            Na contra mão do senso comum que acredita ser a doutrina farisaica uma oposição ao pensamento de Yeshua,  é possível perceber nos escritos do assim chamado, Novo Testamento, que o Messias em nenhum momento discorda da forma como os mesmos interpretam a Torah.
            A origem dos fariseus está ligada a uma história de comprometimento e dedicação a Torah. Ainda nos dias do reino hasmoneu, foram eles os responsáveis pela promulgação da chamada, “Lei escolar”. Esta Lei determinava que todos os judeus deveriam ser obrigados a aprender a ler e escrever. A classe farisaica estava a frente da responsabilidade da educação e erudição religiosa do povo judeu. Em um tempo onde 80% da população mundial vivia sob a escuridão do analfabetismo, entre a comunidade judaica era perceptível que a graças aos fariseus todos os judeus da época do segundo templo sabiam minimamente ler e escrever. Somente nesta forma foi possível garantir a religiosidade de um povo cuja a fé se baseia inteiramente em uma tradição escrita.

     COMO YESHUA CLASSIFICAVA A INTERPRETAÇÃO FARISAICA ACERCA DAS ESCRITURAS?
            Yeshua mencionava pelo capitulo vinte e três de Mateus, Sua crença de que sobre a cadeira de Moisés, ou seja, sobre a autoridade de interpretar a Torah estava a responsabilidade outorgada aos escribas e aos fariseus. Yeshua nada tinha contra a forma como os mesmos interpretavam a Lei. Muito embora algumas vezes Yeshua tinha criticado a forma hipócrita e demagógica como alguns dentre eles viviam, em nenhum momento desacreditou a interpretação oral da Torah, trazida desde o tempo de Ezrah até seus dias, considerados este por muitos o primeiro dos fariseus. (MT 23:1-33)
         Sobre a sombra dos ensinamentos de Ezrah, que dedicou a ensinar a Lei ao povo de Israel, os fariseus,  “Perushim”, como eram assim chamados, viviam uma vida justa e dedicada a Torah, concentrada na organização das sinagogas, no ensino religioso das pessoas, na contra mão do que era percebido entre os saduceus, por exemplo, que eram claramente partidários da condução político sacerdotal corrupta de sua época. Muito embora pouco mencionado eram os saduceus e nãos os fariseus, verdadeiros opositores daquilo que Yeshua ensinava.

          DE QUE FORMA O FARISAÍSMO CONTRIBUIU NA CONSOLIDAÇÃO DO JUDAÍSMO E CRISTIANISMO MODERNO?
            
        Após a destruição do segundo templo, com a permissão do império romana, duas grandes escolas rabínicas foram criadas pelos fariseus tanto em Jerusalém como na Babilônia, lugar para onde alguns judeus refugiaram-se durante o período da primeira diáspora judaica. Essas academias, totalmente dirigidas pelos fariseus lançaram as bases do que se tornaria o judaísmo rabínico moderno com a escrita da Mishnah e a finalização dos dois Talmudim (o de Jerusalém e o da Babilônia), que deixaria registrado para sempre a tradição oral da interpretação da Lei segundo nossos sábios do passado. Portanto, o judaísmo atual como testemunha e guardião da Torah, deve seu papel sacerdotal exclusivamente a classe dos fariseus.
            Paralelo a isto, Shaul HaShaliach, o apóstolo Paulo, judeu de nascimento, nascido na Silícia região da Itália, onde vivia uma grande comunidade judaica, criado aos pés de Gamaliel, o grande, este membro do Sinédrio. Paulo fariseu de tradição familiar, após ter abraçado a Nova Aliança, fundamentou seus ensinamentos e doutrinas inteiramente na forma como os fariseus a interpretavam, a exemplo disto esta a clara defensoria na crença da ressurreição dos mortos, crença esta, amplamente também defendida pelo próprio Yeshua.
            No que concerne aos saduceus e aos sacerdotes, no entanto, este tiveram pouquíssima influência sobre os acontecimentos futuros, no que tange à religião judaica após a destruição do segundo templo. Acredita-se que dentre os sacerdotes muitos seguiram a profissão de açougueiros, já que estes conheciam profundamente as Leis relativas a Shemitah – o abate ritual dos animais. Já os saduceus desapareceram por completo, sendo atualmente considerada uma vertente extinta do judaísmo.


11 - ACLAMAÇÃO DE YESHUA PELO POVO, E A PURIFICAÇÃO DO TEMPLO

            No fim do terceiro ano do ministério de Yeshua, Seu nome já era bastante conhecimento em toda a província da Judéia, contudo sua fama era consideravelmente maior no que se refere a região da Galiléia, ou seja, nas cidades ao derredor do lago de Kineret (Tiberíades, Cafarnaum, Nazaré, Cana entre outras). Durante a Festa de Tabernáculos, um ano antes, estando Yeshua em Jerusalém, como faziam em todas as festas por ocasião a peregrinação obrigatória a cidade, Yeshua revela-se como o Messias de Israel o que a partir daí torna-se notório sua fama Messiânica, também em Jerusalém.
            Tendo em conta ser Jerusalém o centro nervoso religioso da época e também a capital da província, Yeshua ao fazer isto, se tornou uma figura notória a toda a classe sacerdotal dominante bem como às forças políticas judaicas ou romanas, que ali estavam estabelecidas. Daquele momento em diante, iniciava-se uma conspiração que visava tirar a vida de Yeshua, tendo em vista a figura polemica e contestadora que Ele representava. Isto punha ainda mais dificuldade e o povo, tendo em vista que esta já não contava mais com aprovação desde longa data. Somando –se a isto, a eminência de uma aceitação em massa da figura de Yeshua como Mashiach, tratou de preocupar ainda mais àqueles tinha interesse em Sua morte. Diante de tal situação, acelerou-se o processo para tentar criar uma situação em que Yeshua pudesse ser morto.

            QUE ATO DE YESHUA DEFINIU O PLANO DE LHE MATAR?
          
           Dias antes de Sua morte, a exemplo do que faziam os reis de Israel, após terem sido coroados em Hebron no primeiro dia do mês de Nissan, Yeshua, em um ato claramente proposital, entrou pelas portas de Jerusalém montado sobre um filhote de jumenta, que nunca havia sido montado por ninguém.
         Diante da expectativa do povo de que o Mashiach deveria assim aparecer e de que isto poderia acontecer a qualquer momento, ao ver Yeshua ladeado por seus discípulos entrando em Jerusalém desta forma, todos os que ali estavam; habitantes de Jerusalém, judeus de toda a Judéia e também da diáspora, começaram a aclamá – lo como o Rei e a dizer “Baruch Habah BeShem Adonai” (Bendito é o que vem em nome do Senhor). Esta frase consistia em uma palavra de ordem que se referia a reis e sacerdotes quando Estes entravam em um recinto público. Era uma tradição judaica aclamar desta forma os reis que eram colocados sobre Israel, um vez que estes, segundo o que se acreditava, eram escolhidos pelo próprio D-us para assumirem este cargo.
           A medida que Yeshua entrava em Jerusalém, as pessoas estendiam suas capas e folhas de palmeiras  em sinal de reverência e também diziam Hoshiana, que significa “salva – nos por favor”. Diante disto, tornou-se claro de que a população judaica da época, depositava em Yeshua a esperança de, através dele, ser salva do domínio romano e de que Ele naqueles dias pudesse estabelecer o reino de D-us sobre a terra e se assentar sobre o trono de David, que fora usurpado desde os dias do cativeiro Babilônico (Zc 9:9; MT 21:1-11)


            APÓS ENTRAR EM JERUSALÉM QUE ATOS SE SEGUIRAM QUE CULMINARIAM NO PLANO DE MATAR YESHUA?
           
            Quando Yeshua veio a Jerusalém, sabia que estaria fazendo isto pela ultima vez. Ele preparou – se durante três anos para tal atitude. Yeshua sabia que a classe  sacerdotal da época já não representava a autoridade de D-us sobre Israel. Ele entendia também que a própria estrutura sacrificial já não cumpria seu papel de aproximar Israel de D-us. Isto tudo havia se tornado um mero espetáculo religioso e uma fonte altamente rentável, um vez que as pessoas traziam consigo o dinheiro acumulado para a celebração das festas e precisavam comprar as vitimas que seriam oferecidas. O câmbio especulativo da venda de tais animais aproveita-se das longas distâncias percorridas pela população para se beneficiar criminosamente dos altos preços, praticados na compra e na venda desses itens. (MT 21:12-17)
            O ato libertário que Yeshua estava prestes a fazer. Marcaria definitivamente a eminência de Sua morte. Ele havia vindo ali  para isto e está claro que ele estava ciente das conseqüências dos atos que se seguiram. A purificação do templo, como ficou conhecido este evento, constitui-se de uma acusação pública de Yeshua no que se refere a toda estrutura religiosa de seu tempo.
            Ao entrar no templo e promover uma revolta que constituiu em destruir as mercadorias e mesas do que ali vendiam itens religiosos, seguidos da critica de que os sacerdotes haviam feito da casa de D-us um lugar de comercio acusando-os de ladrões, Yeshua, na prática estava se entregando para morrer, mas não sem antes cumprir o papel para o qual havia sido chamado. (MT 21:23-32)



            A TRAMA PARA MATAR YESHUA E SUAS ACUSAÇÕES

            As duas últimas semanas da vida de Yeshua representaram o momento de maior atividade sacerdotal no que se refere às alianças político-religiosas que precisaram ser estabelecidas para criar um quadro de acusação contra Yeshua diante do povo e diante de Roma.
            Entre as formulações de acusações que seriam colocadas, tratou-se de listar-se de forma maldosa, supostos elementos que viessem a colocar a figura de Yeshua contra o sistema social religioso de Sua época. Os sacerdotes sabiam que precisariam levar ao sinédrio não apenas acusações contundentes, mas também comprovações  testemunhais  de que tais coisas realmente eram procedentes. Foi então que através da compra e subornos de falsas testemunhas e a tentativa de minar a própria cúpula dos discípulos de Yeshua, encontrou na pessoa de Judas o elo fraco que culminaria na traição. As acusações eram de que Yeshua  queria derrubar o templo, isto baseado na afirmação registrada no evangelho de João (derrubai este templo e em três dias eu construirei novamente). Apesar de Yeshua estar falando de Si mesmo e de seu próprio corpo, tais palavras foram usadas contra ele para acusá-lo diante do tribunal. Somam-se a isto as falsas acusações de que Ele falara contra o profeta Mosheh, contra a Lei, de que se dizia filho de D-us e Rei dos judeus. Esta última acusação seria contra ele mais tarde, diante de Pilatos, o procurador romano.

        COMO SE DEU O PLANO PARA PRENDER YESHUA?

            Durantes os festejos de Pessach, enquanto toda a cidade estava envolvida com os preparativos da festa, uma cortina de fumaça propícia se estabelecia favoravelmente para uma conspiração que se formara nos bastidores da cúpula clerical judaica. Após ter subornado Judas, um dos apóstolos de Yeshua, procurava-se a oportunidade perfeita em que Este estivesse sozinho para que o pudessem prender. Estranhamente, durante este processo, classes religiosas opostas, como a dos fariseus e a dos saduceus e também a classe sacerdotal, uniram-se motivadas por razões meramente políticas, para dar cabo de um inimigo comum.
            O número dos que tramaram tal conspiração e emboscada não era expressivo, mas formado por outro lado de figuras importantes da classe religiosa e com condições financeiras favoráveis para se comprar as testemunhas necessárias para mentirem em juízo e consolidar assim a condenação de Yeshua.
            A preocupação, no entanto, por parte da classe sacerdotal era que, uma vez declarada à oposição e a intenção de dar cabo da vida de Yeshua, promovesse inevitavelmente um levante por parte do povo. Bem por isso, escolheu-se o dia quatorze de Nissan, primeiro dia da Páscoa Judaica, enquanto todas as famílias estavam dentro de suas casas madrugada adentro celebrando o livramento da última praga do Egito, para que no meio da madrugada, após Yeshua ter se dirigido para o monte das Oliveiras – após a celebração do seder de Pessach – enquanto Yeshua fazia sua última oração antes de Sua morte. Este foi preso pelos soldados do templo e levado diante de Caifás, o sumo sacerdote.
            Tal inteligência só foi possível ser executada por que Judas identificou Yeshua para os soldados sacerdotais, uma vez que muitos deles se quer o conheciam fisicamente. Ler (MT 26:!-56; Jô 18:1-12)
           

       O QUE ACONTECEU COM SEUS DISCÍPULOS APÓS SUA PRISÃO?

            Com a ideia de se prender Yeshua, houve uma tentativa de resistência inicial por parte dos discípulos, que haviam sido orientados por Yeshua a estarem armados naquele momento, talvez para defenderem a si mesmos. (Lc 22:34-37)
                 Neste evento é mencionado de que Keifah, o principal de seus discípulos, teria chegado a cortar a orelha de um soldado com a espada que trazia consigo. Yeshua no entanto, após curar o soldado entregou-se para ser levado cativo, sem oferecer resistência. Os discípulos, que ate então estavam com ele, dispersaram-se e até o momento da crucificação, fugiram da vista dos oficiais para que também eles mesmos não corressem o risco de serem condenados à morte. (MT 26:69-75)
               Após ser levado a Caifás, Yeshua é preso e por toda a noite aguarda por seu julgamento que se realizaria na manhã seguinte. Tudo isto aconteceu enquanto a maioria das famílias judaicas e os próprios sacerdotes comemoravam ao redor de suas mesas  os festejos da páscoa, comendo do cordeiro pascoal que era imolado na tarde anterior para ser comido durante a noite. Todo este contexto tornou-se favorável para que não se percebesse o que estava acontecendo, o que só se tornou conhecido na manhã seguinte.


            

terça-feira, 4 de setembro de 2012


A MISSÃO DO MASHIACH

Além de características pessoais e uma personalidade compatível, o Mashiach deveria apresentar uma série de realizações. Ele deveria levar os judeus a uma compreensão mais profunda da Torah e posteriormente seu ensinamento cativaria as pessoas e outros povos fora de Israel. Por fim, deveria apresentar sinais e maravilhas, testificando que Ruach Hákodesh estaria nele. Embora os sinais não fossem prova suficiente de sua messianidade, estes lhe trariam a credibilidade necessária como profeta e Mashiach em seu tempo. Entre suas realizações estariam ainda, no futuro, nos “dias do Mashiach”, a introdução da paz na terra, a reconstrução da Beit HaMikdash e a unificação e traslado dos judeus para Eretz Israel. Analisemos juntos, nas palavras de nosso sábios e nas Escrituras que itens compõem  a missão messiânica e quais deles encontramos realizadas e por realizar-se em Yeshua.
O universo criado por D-us para sua glória, é animado por um movimento interior que se move para o Criador “Santo, Bendito seja Ele”, ou seja, o propósito da criação está situado no advento do Mashiach onde ocorrerá gradativamente o reinado absoluto de D-us e o verdadeiro resultado de sua Criação. Assim então haverá novo céu e nova terra como nos relatos dos profetas, e num estágio final para o complemento daquilo que nos foi revelado, descerá o Mishkan (Lugar de Manifestação da Glória) de D-us, para tal habitação com os homens. E aqueles que alcançarem o Olam Habah voltarão a ter o mesmo relacionamento do Divino e não existiam segredos entre D-us e o homem.


PORQUE O MASHIACH DEVERIA FAZER MILAGRES

            Rambam escreve: “...um homem vai surgir que será um desconhecido antes de revelar-se, e os sinais e maravilhas que vão aparecer pela sua mão são as provas da sua verdadeira genealogia” (Igueret Teimam). Os sinais teriam como objetivo atrair a atenção das pessoas e dar credibilidade ao Mashiach. A manifestação de sinais, sempre foi uma maneira encontrada por Hashem para atestar seus enviados. “Disse Moisés a D-us: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O D-us de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome¿ Que lhes direi¿ Disse D-us a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros (...) Respondeu Moisés: Mais eis que não crerão, nem acudirão à minha voz, pois dirão: O SENHOR a Moisés: Estende a mão e pega-lhe pela cauda, e ela se tornou em bordão; para que creiam que te apareceu o SENHOR, Deus de seus pais, o D-us de Abraão, o D-us de Isaque e o D-us de Jacó”. Ex 3:13; 4:5. Casos semelhantes aconteceram com os profetas Eliahu e Elisha, para que o povo judeu de sua época cresse em sua pregação.
           



 PROFECIAS CUMPRIDAS POR YESHUA COMO MASHIACH?

Na primeira fase da redenção messiânica, o papel do Ungido seria anunciar os desígnios de D-us àquela geração e divulgar a iminência do juízo divino, assim como todos os profetas, que anunciaram coisas de haviam de ocorrer, caso não se arrependessem e mudassem seus corações. Em Ml 3:1-4 encontramos o seguinte: “Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos. Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda¿ E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavadeiros. Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao Senhor justas ofertas. Então, a oferta de Judá e  de Jerusalém será agradável ao SENHOR, como nos dias antigos e como nos primeiros anos”. Quando a escritura fala em “Meu Mensageiro” refere-se a um profeta antecessor de Mashiach, sobre quem estaria o espírito de Eliahu HaNavi, como está escrito; “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, ante que venha o grande e terrível Dia do SENHOR”ML4:5.  Cremos que no tempo de Yeshua, Yohanan HaMatvil, representou esta figura. E quando o texto fala: “ O Senhor que vós buscais fala de Mashiach como está escrito: Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minha palavras, e eles lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhes pedirei contas”. Dt 18:18-19. Yeshua, em seu tempo de peregrinação entre nós, cumpriu em si mesmo tais palavras, revelando a vontade divina para os homens de sua geração de justos que seriam seus shalichim e divulgariam sua mensagem a todo povo de Israel e em seguida a todos os homens da terra, que preparariam o caminho para o Seu retorno. Esta nova geração de emissários, teria agora sobre si o espírito de Eliahu HaNavi e abriria o caminho, divulgando aos homens o Reino de D-us. Por meio deste Espírito, o Ruach HaKodesh levariam os homens ao discernimento da verdade, da justiça e do juízo, como está escrito: “Então, Yeshua respondeu: De fato, Elias virá e retaurará todas as coisas (A nova geração de justos, pelo Mashich formada). Eu porém vos declaro que Elias já veio (Yohanam HaMatvil em seu tempo), enão o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles” Mt 17:11-12; Mt 11:14.

SUA MORTE ERA PARTE DE SUA MISSÃO

            O Talmud (Yomá 5ª) afirma: “Sem sangue, não há Yom Kipur”. Ler Hb. 9:22. Ainda no Talmud, no próprio Tratado Yomá 39 a,b, está descrito: “40 anos antes da destruição do Templo, ou seja, 30 E.C., a época do ministério e da morte de Yeshua, como acham, segundo Isaías 53:10-11: a lâmpada ocidental da Menorá no Templo não mantinha mais sua luz; as portas do templo abriam-se sozinhas; a sorte “LaShem” (“Para o Senhor”) não vinha mais na mão direita do Sumo Sacerdote; a fita escarlate, presa à entrada do Templo, que sempre ficava branca naturalmente, quando D-us perdoava os pecados de Israel, em Yom Kipur, não mais embranqueceu-se”. Pouco tempo depois o próprio D-us permitiria a destruição do Beit HaMikdash que nunca mais foi reerguido, evento esse previsto por Yeshua (Mt 24:1-2).
           
O QUE DIZEM NOSSOS SÁBIOS SOBRE A MORTE E RESSUREIÇÃO DE MASHIACH?

            Como vimos já vimos anteriormente, era necessário que Mashiach se ocultasse para desta forma servir como teste, e continuarmos estudando, nos preparando e acreditando em seu retorno. No verso 53:12 o Targum de Jerusalém diz: “Ele, Messias, intercederá pelo pecados do homem, e por amor a ele serão perdoados as revoltas” Midrash B’reshith Rabbah: “E quando Israel peca, o Messias busca misericórdia para eles, como está escrito: ‘Pelas Suas feridas fomos curados, e Ele levou os pecados de muitos e fez intercessão pelos transgressores”. O Rabino Yoden, em nome do rabino Kama, disse que, “no futuro, nos dias do Messias, o Santíssimo, bendito será Ele, fará o Messias assentar-se’ a sua mão direita, como é dito: ‘Disse o Adonay ao meu Adon: Assenta-se a minha mão direita’ Sl.110.


O MASHIACH COMO FILHO DE D-US

                        Na profecia Natan HaNavi, HaShem promete a Davi um descendente que se assentaria sobre seu trono e o Eterno o tomaria por Seu próprio filho (2Sm 7:13-14; 1Cr 22:10). Ainda nos Salmos encontramos: “A minha fidelidade e a minha bondade o hão de acompanhar, e em meu nome crescerá o seu poder. Porei a sua mão sobre o mar e a sua direita, sobre os rios. Ele me invocará, dizendo: Tu és o meu pai, meu D-us e a rocha da minha salvação. Fá-lo-ei, por isso, meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra. Conservar-lhe-ei para sempre a minha graça e, firme com ele, a minha aliança. Farei durar para sempre a sua descendência; e, o seu trono, como os dias do céu. Se os seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos, se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, então punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniqüidade. Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram. Uma vez jurei por minha santidade (e serei eu falso a Davi)”. Salmo 89:24-35. Sl 2:6-9.

FILHO DE D-US NÃO UM DEUS-HOMEM

            As próprias Escrituras testemunham a respeito do Mashiach o designado como filho de D-us. Contudo sua filiação divina em nada por ser confundida com divindades pagãs como Hércules, filho de Zeus , com uma mulher humana, com o bezerro de ouro egípcio, filho de uma vaca deificada com o grande deus sol (Rá) e que os israelitas adoraram no deserto, ou mesmo Semíramis, uma deusa pagã da antiguidade, cuja tradição é associada ao 25 de dezembro e que teve um filho com o mortal Ninrode, que gerou a Tamuz, deificado posteriormente.
            Tamuz também é chamado de Baal, esposo em hebraico, e sua mãe é a prefiguração de diversas divindades posteriores, como a Virgem maria santíssima, do Catolicismo, Janaina ou Yemanjá, do candomblé, entre outras divindades femininas nas mais diferentes religiões. Ele é o filho de D-us, mas não um semi-deus ou algo parecido.

O QUE DIZEM OS SÁBIOS SOBRE O MASHIACH SER CHAMADO FILHO DE D-US?

            Do Zohar, Shemot 8b, como explicou Zohar de Harakia, um livro sobre misticismo judaico está claro: “ o Mashiach terias estas qualidades: Ele levará uma vida normal no mundo; o espírito do Mashiach do Gan Éden (Jardim do Éden) celestial será concedida a ele, ele será escondido ascendendo aos céus e só então será revelado e recebido por Israel.”
O “Zohar” diz: “Este é o pastor fiel; de ti é dito”beija o filho”; tu és o Príncipe dos Israelitas, O Senhor da terra... o Filho do Altíssimo, o Filho do D-us Santo...e gracioso Shekinah.
”Filho de D-us é um termo amplamente utilizado pelos sábios do Talmud para designar o Mashiach. Para a literatura judaica o termo “Filho de D-us” está ligado à promessa feita a Davi, que seu descendente seria adotado por D-us como seu próprio filho prometendo-lhe a herança do mundo. O Talmud ainda vai dizer que o Mundo foi criado para o Mashiach.
            No livro dos salmos, encontramos: “Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. Com vara de ferro os regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com tremor. Beijai o filho para que não se irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam.”(Sl2:7-12).

QUE NOS DIZ A BRIT CHADASHAH SOBRE O FILHO DE D-US?

            Sabemos que, infelizmente, os escritos da Brit Chadashah passaram longo tempo de sua história nas mãos do catolicismo, sofrendo todo tipo de influência. Contudo, acreditamos que D-us não permitiria que seus justos ficassem sem condições de ver a verdade e nem deixá-los à deriva de falsas doutrinas.
            Vejamos esse texto, por exemplo: “Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de D-us. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; D-us, o Senhor, lhes dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” Lc 1:30-35. Sim, como a promessa de D-us a Davi aqui mostra claramente que Yeshua, embora filho natural de Davi, ele (o Mashiach) seria chamado o Filho do Altíssimo, titulo outorgado a ele por seu merecimento, como encontramos na palavra de Shaul HaShaliach: “com respeito a seu filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de D-us com poder, segundo o Espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor”Rm1:3:-4.
            Já neste texto vemos claramente qual é a condição de filho de D-us que o Mashiach tem para Shaul HaShaliach, bem distante do ser divinizado pregado pelo cristianismo atual.
            Para o apóstolo, Yeshua era o filho de D-us, mas filho natural de Davi. Quando Yeshua foi batizado por Yohanan uma voz do Céu, afirma o texto, lhe falou: “Batizado Jesus, saiu  logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de D-us descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em que me comprazo” Mt 3:16-17.
            Este texto é, ainda, citado por Keifah HaShaliach: “pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela glória excelsa lhe foi enviada a seguinte voz; Este é o meu filho amado, em quem me comprazo”(2Pe 1:17).
            Podemos perceber que para Keifah HaShaliach o título de filho foi outorgado a Yeshua. Ler ainda o que diz Mt. 17:2-5.




MASHIACH COMO FILHO DO HOMEM

            Para os sábios judeus e para as Escrituras, vemos que o Mashiach precisaria, necessariamente, descender de Davi, o que implica em uma descendência paterna para fins de dinastia. Contudo, para muitos, sua condição de Filho de D-us confronta com a idéia de uma descendência carnal davídica. Apesar disso, encontramos Shaul HaShaliach dizendo em sua carta aos chaverim da Kehilah de Roma: “com respeito a seu filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de D-us com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Yeshua HaMashiach, nosso Senhor” (Rm 1:3-4). Portanto, nosso propósito aqui será provar que a genealogia carnal de Yeshua, de nenhum modo compromete sua condição de Filho de D-us e muito menos sua messianidade. Pelo contrário, sendo Ele filho de Davi, é judaicamente ainda mais digno do título e Mashiach de Israel.


UMA PROMESSA

            Sabemos que a esperança messiânica passa, necessariamente, pela promessa de D-us a Davi “...para que o SENHOR confirme a palavra que falou de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem o seu caminho, para andarem perante a minha face fielmente, de todo o seu coração e de toda a sua alma, nunca faltará sucessor ao trono de Israel”.(1Rs 2:4). Nos escritos do Talmud encontramos o seguinte dito: “O caráter realizado de sua personalidade com certeza o eleva acima do grau comum, sem por isso dotá-lo de uma natureza diferente da nossa.”
            Já falamos no post anterior sobre a condição de sua filiação divina. Agora falaremos sobre sua filiação humana. Muitos contestam essa sua condição e muitos ainda afirmam que sua descendência davídica pode ser contestada, em virtude da maldição sofrida por Jeconias, rei amaldiçoado por D-us e citada como seu ancestral. “ Assim diz o Senhor: Escreverei que este homem está privado dos seus filhos, e é homem que não prosperará algum da sua geração, para se assentar no trono de Davi, reinar mais em Judá.” Ler Jr 22:24-30, vejamos o que podemos dizer em função disso.



 DA CONDIÇÃO DE JECONIAS APÓS TER SIDO AMALDIÇOADO.

            Segundo alguns autores sérios, em função de sua maldição, Jeconias, descendente de Davi pela linhagem de Salomão, morre sem deixar filho homem, ou seja, herdeiro ao trono. Sua filha, contudo, casa-se após a morte de seu pai, com um primo seu, da descendência, também de Davi, mas da linhagem de Natan, o outro filho de Davi. A maldição, portanto, se cumpriu. Porém a promessa a Davi não foi anulada, a linhagem real daquele momento em diante deveria vir da linhagem de Natan e não mais de Salomão. Por isso vemos uma aparentemente discrepância entre a genealogia de Yeshua citada em Mateus: “ Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel” Mt 1: 11-12 e a citada em Lucas: “Odá, filho de Joanã; Joana, filho de Resa; Resa, filho de Zorobabel, este de Salatiel, filho de Adi, Adi, filho de Cosa, este, de Elmadã, filho de Er” Lc 3:27-28 essa discrepância se resolve com o personagem “Néri”.
            Néri era o descendente de Natam com quem a filha de Jeconias se casou, deste modo, dando continuidade a dinastia Davídica, mas cumprindo a maldição dada por D-us a Jeconias. Por isso encontramos diferença entre a ancestralidade de Yeshua em relação a Salomão ou a Natan: “Eliaquim, filho de Meleá, Meleá, filho de Mená, Mena, filho de Matatá, este filho de Natan, filho de Davi; Davi filho de Jessé, Jessé filho de Obede; e Obede, filho de Boaz, este, filho de Sala, filho de Naassom” Lc3:31-32. “Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias; Salomão gerou a Roboão; Roboão, a Abias; Abias, a Asa” Mt 1:5-7.
            Logo, podemos entender que a ascendência messiânica de Yeshua, seja por Salomão ou por Natan, neste ponto não pode ser contestada.


O QUE DIZEM OS SÁBIOS EM RELAÇÃO A ESTE CASO

O Midrash Rabah nos diz: “Ele então colocou Jeconias, o filho de Lehoiakim, no trono de seu pai, mas quando ele voltou à Babilônia, o seu povo o reprovou por seu ato de loucura em ter entregue o trono ao filho de um inimigo tão inveterado e que era um pecador tão notório. Nabucodonosor, então, retornou a Jerusalém e exigiu a entrega de Jeconias, exigência a que o povo obedeceu. Antes dele ser entregue a Nabucodonosor, ele foi ao topo de sua casa, com as chaves do Templo e as atirou para baixo, dizendo que ele as entregava a Hashem, que indicaria um homem mais digno para delas cuidar. Ele foi levado a Babilônia e, pela influência de Shealtiel e de Semiramis, a esposa de Nabucodonosor, ele foi tratado com menos vigor e lhes foram mesmo conferidos alguns privilégios. Seu filho Zerubavel nasceu na Babilônia, e o reino foi restaurado a este bom homem. Jeconias morreu penitente e em paz com seu criador”.
            No livro de Jeremias 24:1-7. Vemos um texto que, aparentemente, suspende a maldição posta sobre Jeconias.
            O tratado Talmúdico de sanhedrin 37b e 38ª, lemos: “ disse rabi Yohanan (João); o exílio espia todas as coisas, porque disse o escrito: “assim disse o Eterno: escrevam o que sucederá a este homem (Jenonias) privado de descendência, homem a quem nada de próspero sucederá em todos os dias de sua vida; porque ninguém de sua descendência se sentará no trono de Davi, nem reinar sobre Judá (Jeremias 22:30) e depois do exílio(do rei) se diz: “e os filhos de Jeconias: Asir, Salatiel (...) Chamaram-no Salatiel porque D-us pediu (Shaa-el) a suspensão do juramento” Não seria a  primeira vez que D-us suspenderia uma palavra sua, em função de sua misericórdia. Vejamos: “Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o SENHOR, o D-us de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas, eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo” 2 Rs 20:5-6.
            Vemos, portanto, que também em sua ascendência humana, cujo dinastia davídica é incontestável, Yeshua continua tendo sua messianidade atestada, em detrimento de tudo que pessoas desinformas tenham a dizer contra isso.




O MASHIACH, UMA LUZ PARA AS NAÇÕES


            No evangelho de Yohanan lemos: “O Logos(a Palavra) estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.”(Jô 1:10). Aqui entendemos se tratar da Palavra Divina (Torah) e a negação do mundo em aceitá-la.  O objetivo final do Mashiach será trazer o conhecimento da Palavra Divina, e fazer com que toda humanidade se corrija de suas más atitudes. A devoção das nações só será alcançada pelo conhecimento, como está escrito: “O ignorante não pode ser verdadeiramente devoto” Pirkêt Avot 2:5.
            Embora não saibam, as nações aguardam ansiosamente a chegada de seu ensinamento. “Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina.” (Is 42:4).
            A condição atual das nações é de ignorância e escuridão para as suas mentes. “Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o SENHOR, e a sua glória se vê sobre ti. As nações se encaminham para a tua luz, e os reis, para o resplendor que te nasceu”(Is 60:1-3).
            Chegará o momento em que todo homem recitará: Shemá Israel Adonay Eloheinu Adonay Echad e em uma só voz o planeta pronunciará a unicidade divina. Todos os povos invocarão o Deus de Israel, com a vinda de Mashiach, todas as impurezas da terra desaparecerão, as nações não terão mais seus deuses e nem terão mais memória deles.
            O mundo se aperfeiçoará, pois todos os moradores da terra serão educados e se submeterão ao jugo divino; sendo assim, o mundo voltará a ser aquilo que D-us criara, um lar para si próprio e a mais especial de suas criaturas: o homem.
            O que vemos e conhecemos hoje é o resultado do pecado de Adam, mas quando todos os homens estiverem dispostos a fazerem a vontade de D-us, então tudo voltará a ser o que era e novamente ouviremos a voz de D-us dizendo: “Eis que tudo é MUITO BOM”.

QUE DIZEM NOSSOS SÁBIOS QUANTO A CAPACIDADE DE MASHIACH EM MUDAR O MUNDO QUE VIVEMOS?

            Rambam afirma: “Mashiach será mais espiritual que qualquer outro profeta, com exceção de Mosheh”. Entretanto, no Midrash Tanchumá encontramos: “Mashiach vai ultrapassar inclusive Mosheh”. Há, contudo, alguns que adotam uma posição diferente e afirmam que Mashiach vai exceder Mosheh apenas em liderança – porque o redentor vai ocupar o trono de D-us – mas não em profecia, porque toda sua profecia é baseada em Mosheh, como está escrito: “Um profeta SEMELHANTE a mim e a ele ouvirás”. Por outro lado, o Zohar declara que o próprio Mosheh pode ser considerado como um Mashiach, pois que era ungido por D-us. No entanto, todos concordam em uma coisa: Mashiach seria mais sábio que Shlomo HaMelech. Além do mais, Mashiach vai ter a capacidade de matar só com a palavra (2 Ts 2:7-8).
            Como observa Rambam em “Igueret Teiman” “com o alento dos seus lábios ele vai matar os maus” (Ishaiáhu 11:4), aplicando isto ao Mashiach. Rambam também escreve: “Este rei (Mashiach) será grande, ele vai reinar em Sion, seu nome será grande, e sua lembrança vai ser guardada pelas nações mais do que a de Shlomó HaMelech. Todas as nações farão a paz com ele, e todos os países vão servi-lo... e qualquer um que se levante contra ele, D’us vai destruí-lo... e entregá-lo... nas suas mãos.” (“Perek Chelek”) Kolel.
            Na carta da Revelação de Yeshua a Yohanan encontramos: “Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor¿ Pois só Tu és Santo. Por isso, todas as virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos”. Ap 15:4. Ler Sl 72:7-11; Zc 9:9-10. Rambam ainda, diz: “A única ocupação de todo o mundo será conhecer o Eterno, como diz o versículo: “A terra se preencherá com o conhecimento Divino, assim como as águas cobrem o leito do oceano.” Is 11:9; Hc 2:14.


QUAL SERÁ A CONSEQUÊNCIA DO GOVERNO DE MASHIACH SOBRE A TERRA?

            Quando Mashiach vier, ensinam nossos sábios, haverá paz universal. “...para que se aumente seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” (Is 9:7). Isto significa, porém, que também precisará haver justiça universal. Pois o fundamento da primeira paz é a verdadeira justiça: “Mashiach possuirá este senso interno. Daí  porque Isaías profetiza que Mashiach “sentirá o cheiro do temor de Hashem, e não julgará segundo a visão de seus olhos e o que os seus ouvidos escutarem”, diz isto traduzindo de melhor forma de texto de Is 11:3.
            Explica o Talmud que isto significa que Mashiach “cheirará e julgará”, reconhecendo a parte culpada pelo seu odor.
Para os sábios isto significa que o Mashiach terá um sentido apurado para intermediar questões cuja situação exija algo mais do que provas e testemunhos para determinar o culpado e o inocente. (1Rs 3:16-28).
            Mashiach exemplifica este paradoxo: de imediato, o homem mais dotado de conhecimentos, o mais poderoso dentre todos eles, ele também será o mais humilde, o que mais se doará, o que melhor compreensão terá, e o menos voltado para o seu próprio eu ele será. Mashiach será o governante e o Juiz ideal, exatamente porque não tem interesse disfarçados, nenhuma outra identidade a não ser aquela pela qual dela D’us o escolheu – trazer a redenção. Finalmente isto significará o fim da injustiça e da impunidade na terra e ai instauração de um mundo alicerçado na retidão e no caráter.
            Por fim, a justiça e a conseqüente paz que Mashiach trará sobre a terra, gerará uma nova sociedade, onde a igualdade reinará; tudo o que é ruim; a falsa religião, a guerra, a mortandade, a criminalidade, acabarão e enfim as nações se corrigirão de seus atos.
           

QUAIS FORAM AS CONSEQUÊNCIAS PARA O MUNDO MODERNO COM OS ENSINAMENTOS DO MESTRE YESHUA?
           
Nenhuma outra forma de sociedade estabeleceu uma legislação tão baseada no direito e na hierarquia eficiente e justa quanto os judeus.
            De alguma forma, todas as demais sociedades atuais, tem seu critério de justiça, com suas bases nos conceitos judaico-cristãos de moral.
            A Torah é o mais antigo código moral ainda creditado, contudo, ainda que de maneira estranha e conflituosa, sejam as palavras de Yeshua, ainda que representada por uma forma de cristianismo um tanto distorcido, que tornou a Torah conhecida e reverenciada entre as nações da atualidade.
            Por maiores que sejam as atrocidades cometidas pelo cristianismo, deve-se admitir que o mundo de hoje é, de longe mais habitável do que o de dois mil anos atrás.