QUEM MATOU YESHUA!!
A PROVÍNCIA ROMANA DE ISRAEL
Quando os
macabeus, movidos por um ideal de fé e liberdade religiosa, reconquistaram o
domínio de Jerusalém repurificando o Templo Sagrado, profanado por Antioco IV,
governante selêucida, descendente e Alexandre, o grande, em 164 a . EC, um novo momento se
iniciaria na história judaica (1 Mac 4:36-61).
Um momento
cujas etapas completamente diferentes umas das outras dariam contornos
surpreendentes a essa, inicialmente heroica história, que se tornaria o alicerce
de um estado de corrupção espiritual que culminaria na destruição de Jerusalém
no ano 69 a .EC
(1Mac cp. 9-12). Sobre esses eventos estudaremos em breve, mas antes
abordaremos mais detalhadamente o cenário de Israel sob domínio do império
Romano.
A Judéia
torna-se oficialmente uma província romana, a partir de 67 a . EC com a derrota dos
últimos reis Selêucidas (Antioco XIII e Felipe II), pelo general Pompeu, sob
domínio de Julio Cesar, resultando inicialmente no apoio romano ao reino
Hasmoneu da Judéia com quase todo o tamanho do atual Estado de Israel, através
de Hiscano II ( Terceiro descendente de Simão, irmão de Judas Macabeu) que
culminou na anexação da Síria, último refúgio Selêucida em 63ª.EC.
COMO SE DEU O
PROCESSO DE COLONIZAÇÃO ROMANA NA JUDÉIA?
Até aqui,
apesar de todos os confrontos e iminentes situações de conflito, a Judéia dos
Hamoneus, sentia-se um reino soberano e donos de suas próprias decisões Hircano
II, aclamado sumo sacerdote por sua mãe Salomé, governante do reino Hasmoneu
entre 76 e 67 a .
EC, pretendia permanecer na posição acumulativa de sumo -sacerdote e rei da província, apesar do acordo com os
fariseus, de que isso não aconteceria . Influenciado, no entanto, por
Antipater, seu conselheiro idumeu, de linhagem judaica por conversão forçada
durante a expansão do império hasmoneu, tentou se impor o que resultou no cerco
de Jerusalém por Pompeu, que outrora o apoiava, e a fragmentação do território
judeu, a destruição do porto de Jope (Yafo) e dos muros de Jerusalém.
Posteriormente,
contudo, Julio Cezar acaba por conceder a Hircano o título de etnarca da
província judaica, permitindo-lhe a reconstrução do que fora destruído por
Pompeu, seu então inimigo político. Ele também nomeia Antiparter, acessor de
Hircano, como governador, dividindo, finalmente, os poderes religiosos e
políticos. Os filhos de Antiparter, Herodes I e Fasael, foram postos como
vice-governadores sobre a Galiléia e Jerusalém, respectivamente.
Obviamente,
toda a classe religiosa judaica entendeu isso como uma total afronta. O império
romano, sem legitimidade teocrática, jamais seria aceito pacificamente como
governantes, principalmente com o apoio da classe sacerdotal, representada por
Hircano, e consolidado por uma família de idumeus, descendentes de Esaú, ainda
que professantes, oficialmente, da fé judaica.
EM QUE O
DOMÍNIO ROMANO ATINGIU DIRETAMENTE A VIDA JUDAICA DE ISRAEL?
Judeus
religiosos erma assassinados a todo momento. Por vezes, por questões de
insurgência rebelde (zelotes), ou simplesmente por não aceitarem a forma
como a Judéia pouco a pouco tornava-se
uma polis grega, a exemplo do que ocorrera na época dos macabeus, agora sob
domínio de Roma, com o apoio dos mesmo que lutaram pela liberdade.
Herodes, entre
os dois, acabou por ser o que mais se destacou. Ele liderou a construção de
ginásios, em homenagem aos deuses do Olimpo, onde jogos eram realizados, quase
sempre por esportistas nus, o que feria a ética judaica, era desprezada pela
parte religiosa do povo. Além disso, banhos públicos, teatros, onde eram
encenados temas da m aos mitologia grega, considerada idolátrica pela fé
judaica e por fim templos aos mais diferentes deuses, infestavam toda a
província, incluindo Jerusalém. O anseio pela chegada do Mashiach começava a
nascer no coração do povo que permanecera fiel a Torah, enquanto um processo de
rehelenização gradual era perceptível entre os judeus que encontraram favores
em cargos públicos romanos e pela própria classe sacerdotal.
Deste ponto em
diante, começamos a conhecer Herodes I, pelos escritos do Novo Testamento, pela
forma agressiva, assassina e déspota como governava a nação judaica. Ler:
(Nasc. de Yeshua MT 2:1-16; de Yohanan Lc. 1:5-25).
Herodes, o
grande nasceu em Jericó em 73 a .
EC e morreu em março do ano 4 a .
EC e seu túmulo foi encontrado em 2007 na fortaleza em forma de colina,
conhecida como Herodian.
2 - FACÇÕES JUDAICAS E SUAS RELAÇÕES
POLÍTICO – SOCIAIS
Com a morte de
três dos cinco filhos de Matatiahu HaKohen (Sacerdote Matatias), motivador do
Chanukah, incluindo Yehudah, chamado de Macabi, o mais famoso deles, couve a
Yehonathan, a tarefa de consolidar a independência judaica aproveitando-se do
vácuo entre o declínio do império grego e a expansão da nova e promissora
república, que mais tarde tornar-se – ia o império romano.
Numa
reviravolta surpreendente aos escribas e tementes a Torah que ajudaram a lutar
pelos ideais da pureza religiosa, assistem a crescente reaproximação entre
Macabeus e a política imperial helênica e agora também romana. Esta aproximação
atinge seu ápice com a aclamação de Jonathas, ao cargo de Sumo-Sacerdote judeu
em 153 a .
EC, por ordem de Alexandre Balas, quarto sucessor de Antioco Epífanes, uma
forma, mais que clara de encontrar plataforma política, em detrimento dos
fatores que motivaram a revolta macabeia apenas uma década antes. Deste ponto
em diante, todos os demais sucessores de Jonathas, de algum modo, estarão
profundamente comprometidos com alianças políticas pagãs e o sacerdócio, como
fora concebido no Sinai, jamais existiria novamente.
É nesse momento
que os religiosos judeus, que lutaram junto a Judas, descontentes com os atuais
contornos políticos religiosos, acabaram por formar gradualmente uma força
popular de oposição. Eles eram conhecidos como “assideus” (Hassidim – Os
Tementes). Estes viriam a se tornar, mais tarde, nos fariseus e nos essênios.
1- COMO SURGIU
O MOVIMENTO DOS SADUCEUS?
A origem dos
saduceus, é na realidade, pouco conhecida e suas fontes acaba por divergir-se
em suas opiniões. Para Flávio Josefo, importante historiador da época
contemporânea de Yeshua e considerado a principal fonte acerca das
circunstâncias históricas dessa época, afirma que os saduceus, remontam a época
do sacerdote Zadoque, registrado no livro das crônicas como descendente direto
de Elazar, filho de Aarão (1Cr 6: 4-15). Do qual toda a dinastia sacerdotal
bíblica deveria descender, auxiliados, dali para frente, de acordo com os 24
turnos sacerdotais, determinados por David (1Cr 24:1-19).
Para
Maimônides em sua obra “Comentário Sobre a Mishnah”, O saduceus são, na
verdade, um grupo formado a partir dos ensinamentos de um tal Zadoque,
discípulo de Antígono de Soco, a partir da má interpretação de suas palavras de
que não se deve servir a D-us esperando recompensa. Tzadik, a partir daí,
desenvolveu a ideia de que a vida resume-se a este presente tempo, anulando a
crença na ressurreição e na vida após a morte.
Historicamente,
no entanto, sabe-se que sua consolidação como facção judaica, durante o período
do reinos dos hasmoneus, quando, apoiaram a nomeação política do cargo de sumo – sacerdote. Essa atitude
acaba por criar uma situação de corrupção na classe clerical judaica, o que
culminou na oposição dos assideus (Chassidim – os tementes), classe que antes
lutara ao lado dos Macabeus, mas que agora se opunha a suas alianças com
selêucidas e Romanos, contando com a simpatia da então maioria religiosa que
compunha a comunidade judaica da época, ainda influenciada pelos ideais de
Chanukah.
2- COMO
SURGIRAM OS MOVIMENTOS FARISAÍSMO E OS ESSÊNIOS?
Com a coalizão
entre os governantes Macabeus e as classes dominantes imperiais pagãs, o
chamado “movimento dos tementes”, dividiram-se em duas subclasses. Os essênios,
muitos dos quais componentes da classe sacerdotal reclamante e deposta de seu
posto, dado a incidentes políticos, que se refugia no deserto da Judéia em
comunidades chamadas e “Yachad” (Unidade). Sendo a mais conhecida delas a de
Kumram, às margens do mar morto.
Já os chamados
Perushim (Fariseus), ao invés de se apartar da comunidade popular, lutou para
se recolocar na posição de mestres da lei e professores, a exemplo de seu
considerado patrono, o sacerdote Ezra. Para muitos, atualmente, Esdras é
considerado o primeiro dos fariseus, enquanto para outros, a mesma titularidade
a Simão, o Justo, irmão de Judas Macabeu, de onde descendem os assim chamados
Hashmonaim, ou hasmoneus (Filhos de Simão).
Os fariseus,
apesar de se manterem apartados dos interesses políticos do templo, articulado
entre política e concessões, mantiveram-se a frente das sinagogas, casas de estudo,
formadas no cativeiro babilônico e consolidadas na Judéia do período
pós-babilônico, por muitas vezes, aliaram-se aos Saduceus, para alcançar
interesses comuns e não poucas vezes compartilharam o mesmo espaço, entre os 72
componentes do sinédrio.
O SACERDÓCIO JUDAICO E SUA RELAÇÃO COM ROMA
Ainda nos dias
de Yehudah, o Macabi, já era possível perceber a decadência do oficio
sacerdotal, tendo em conta seu gradativo comprometimento com o poder político
império romano.
Contudo, a
decadência d oficio sacerdotal já é perceptível nos dias do profeta Jeremias
(Jr 7:1-15 e 23:!-8). Jeremias natural de Anote e portando, provável
descendente do sumo sacerdote Eli, do Tabernáculo de Shiloch, acusava a casa de
Tzadok, linhagem que remontava os dias de David, de ter se distanciado do
propósito Divino a cerca do sacerdócio levítico.
Tzadok era
descendente direto de Elazar, filho de Aharon e sua dinastia durou até a morte
do sumo sacerdote Onias, na época de Antioco Epífanes, passando por Yehoshua
filho de Joosadaque (1Mac 1:10-15, 1Mac 4:1-6, 1 Cr 6:1-15).
COMO SE DEU
A TRANSIÇÃO ENTRE O SACERDÓCIO GENUÍNO ATÉ A ÉPOCA HERODIANA?
Com o
incidente de corrupção final com a ascensão Menelau, um sacerdote de uma
dinastia estranha e sem autenticidade Tzadoquita, o principado religioso de
Israel estaria fadado ao demérito e falta de legitimidade. Os próprios
Hashmonaim, não pertenciam a dinastia original, já que Matatiahu era
descendente de Jeoaribe, de um dinastia sacerdotal de segunda classe. (1Mac
2:1-6, 1Cr 24:7). Mas foi com a subida de Herodes I ao trono da Judéia em que o
último sacerdote Hasmoneu, Antígono Matatias, após declarar sal oposição a Roma
e seu povo, foi preso e morto pelo império em 37 a . EC. A partir daí Herodes
substitui a seu bel prazer e caprichos,
assim como seu sucessores, os nomeados para o cargo de sumo sacerdote. Entre a
morte de Antígono e a destruição do templo, em apenas 33 anos, 28 sumo
sacerdotes exerceram o supremo pontificado de Israel todos por influência e
interferência direta do governo herodiano e dos procuradores romanos da
província Judaica.
QUAL ERA A
RELAÇÃO ENTRE OS SACERDOTES DOS DIAS DE YESHUA E A POLÍTICA ROMANA?
Os sacerdotes,
conhecidos e apresentados pelo novo testamento, estão longe de serem de
genuínos descendentes dos verdadeiros sacerdotes. Tratava-se na realidade de
uma aristocracia religiosa, rica e politicamente influente, que ocupava um
lugar estratégico no controle de Roma sobre os judeus.
Herodes havia
transformado pequeno templo de Esdras em uma suntuosa obra de engenharia e
arquitetura que até hoje a citada como uma das maiores obras da antiguidade. Os
sacerdotes haviam se tornado distantes e intocáveis a população geral e não
contavam com a simpatia do povo, que os viam como meros fantoches do império para
atender aos interesses de Roma.
Os fariseus se
ocupavam com os trabalhos na sinagoga, os zelotes representavam uma constante
ameaça à estabilidade da província, sempre a beira de uma revolução
nacionalista fomentada por eles. Os Sacerdotes por sua vez, Saduceus por
ascendência e filosofia, tinham seus interesses completamente distantes da fé e
da preservação da Torah,
De acordo com
o historiador Flavio Josefo, sete foram os sacerdotes que sucederam o pode
clerical entre o nascimento de Yeshua e a destruição de Jerusalém, todos
membros de uma mesma família aristocrática. São eles: Anãs bem Sere (6-15 d.
EC), Anãs o pai, sogro de Caifás( João 18:13). Eleazar bem Anãs (16-17 d. EC)
Josefo bem Caifás 18-36 d. EC), que se casou com a filha de Anãs. Jônatas bem
Anãs (36-37 e 44 d. EC) Teófilo bem Anãs (37-41 d. EC) Matias bem Anás (43
d.EC) Anás bem Anás (63 d. EC), Anás o filho, mais jovem dos cinco irmãos.
O sumo
sacerdote Caifás, genro de Anás, que ainda exercia influência sobre o primeiro,
o mais conhecido entre os cristãos, fora colocado em seu cargo pela mão de Roma,
pelo procurador romano que antecedeu a Pilatos, Valério Grato, em 18 d. EC. A
Mishnah, no tratado de Parah 3:5, se refere a ele como HaKof (“O Macaco”),
trocadilho com seu nome, é um termo pejorativo que se referia a sua fraqueza
diante do poder imperial. De acordo com alguns trechos do Novo Testamento,
Caifás participou do julgamento de Jesus no Sinédrio, (Supremo Tribunal dos
Judeus), após a prisão deste no Jardim de GuetShemani.
4- A ERA HERODIANA E SUA RELAÇÃO COM OS
JUDEUS
Durante as
oitos décadas em que os hasmoneus mantiveram seus cargos de sacerdotes-reis da
Judéia, ampliaram suas fronteiras de cerca de 2500 Km² para o que hoje
representaria quase dois terços do atual Estado de Israel. Durante este período
expansionista , conquistaram muitos territórios não legitimamente judaicos,
obrigando sua população a converter – se ao judaísmo, fato ocorrido também
durante a expansão da fé islâmica quase 800 anos mais tarde. Entre os
territórios ocupados esta a Iduméia, região sul do atual território jordaniano
de onde, 4 gerações mais tarde um certo homem de muita influência, conhecido
como Antipater (Pai de Herodes, o grande), ascenderia ao cargo de etnarca da
Judéia ( Uma espécie de governante vassalo do Império, mas representante da
etnia dominada, no caso dos judeus).
Com a morte de
Shimon Macabeu, irmão de Judas, João Hircano I, seu filho reinou em seu lugar.
Após a sua morte em 104 a .
EC, Aristóbulo e Alexandre Janeu, o sucedem, Primeiramente Aristóbulo, que
casa-se com Salomé, da casa hasmoneia, que também após a usa morte, casa-se com seu cunhado,
Alexandre, pela lei do levirato e gera a Hircano II e Aristóbulo II; que após o
governo da única rainha de Israel por 11 anos acabam lutando pelo cargo de
governantes.
COMO HERODES CHEGA AO PODER DA JUDÉIA?
Com o apoio do General Romano
Pompeu, conquista a Judéia em 63
a . EC, Hircano II torna-se sumo – sacerdote, contudo o
governo político é entregue a seu então conselheiro idumeu, Antipater, já
citado acima. Inicia – se ai o chamado Governo Herodiano da Judéia: Com seu
assassinato, em 43 a .
EC, seus dois filhos, Fasael e Herodes reinaram em seu lugar, cabendo ao
segundo o governo da Galiléia; em 37 Hordus (Herodes), como era conhecido seu
nome judaico, torna – se oficialmente rei da Judéia e amplia consideravelmente
seu território.
Os
41 anos de seu poder fora marcado por medidas ditatoriais e assassinas. Já no
inicio de seu governo manda assassinar todos os membros fariseus do sinédrio,
que promoveu inúmeros massacres aos mesmos ao longo de seu história. Para
legitimar sua condição de Rei, casou-se com Miriam, filha de Alexandra e com
ela teve dois de seus 15 filhos.
Para
Maimônides, em sua obra “Comentário Sobre a Mishnah”, o saduceus são, na verdade,
um grupo formado a partir da má
interpretação de suas palavras de que não se deve servir a D-us esperando
recompensa, Zadok, a partir daí, desenvolveu a idéia de que a vida se resume a
essa vida, anulando a crença na ressurreição e na vida após a morte.
Historicamente,
no entanto, sabe – se que sua consolidação como facção judaica, durante o
período do reino dos hasmoneus, quando apoiaram a nomeação política do cargo do
sumo sacerdócio. Essa atitude acaba por criar uma situação de corrupção na classe
clerical judaica, o que culminou na oposição dos assideus (Hassidim – os
tementes), classe que antes lutara ao lado dos Macabeus, mas que agora se
opunha a suas alianças com selêucidas e romanos, contando com a simpatia da
então maioria religiosa que compunha a comunidade judaica da época, ainda
influenciada pelos ideais de Chanukah.
COMO SE DEU A SUCESSÃO DE HERODES NA JUDÉIA?
Comparado por
alguns pesquisadores a um senhor feudal, Herodes divide seu reino entre seus
três filhos: Herodes Antipas (Galiléia e Transjordania), Arquelau (Judéia,
Samaria e Iduméia) e Herodes Felipe (demais regiões menos mencionadas. É morto
posteriormente por Antipas, que casa-se com sua esposa).
Herodes
Antipas é quem é mais amplamente citado nessa fase da história do Novo Testamento.
Foi contra ele que profetizava João Batista (MT 14:1-12, Mc 6:14-29, Lc
3:1-14). Este mesmo Herodes foi quem participou do julgamento de Yeshua,
aproveitando-se desse momento político para reconciliar-se com Pilatos, que era
amigo pessoal de Caifás, o Sumo Sacerdote. Foi ele a quem foi dada a
oportunidade de açoitar Yeshua, como prova de sua fidelidade a Roma e a seu
governo cesariano. (Lc 23:1-12, At 12:1).
Herodes
Antipas, também foi responsável pela perseguição aos discípulos de Yeshua (At
12:1 – 13:1).
Nos dias do
segundo templo, diante da situação judaica com relação ao seu domínio romano, entre a população mais religiosa
era perceptível a ansiedade pela chegada do messias.
A profecia das
setenta semanas dava conta de que por esse dias o Mashiach deveria aparecer (Dn
9:24-27). No entanto, entre a classe sacerdotal dominante da época, corrompida
em suas relações políticas como Roma, era perceptível o desinteresse pelo tema.
Por outro lado,
era incontestável a necessidade de um novo rumo para a situação religiosa
judaica da época.
Entre os
fariseus, que até então eram responsáveis pela educação religiosa do povo de
Israel, era crescente a desvirtuação de seu inicial propósito.
As atividades
de educação religiosa ganhavam dimensões comerciais e muitos deles aproveitavam
de sua condição para adquirirem privilégios do povo (MT 23:15, Mc 12:38-40).
Por esses
tempos no reinado de Herodes, o grande, havia, entre alguns, uma perceptível
ansiedade para que este quadro pudesse mudar.
QUE PROVAS
TEMOS NOS ESCRITOS DA NOVA ALIANÇA DESTA EXPECTATIVA¿
Durante o
reinado de Herodes, o grande, Zacarias, um sacerdote da família de Abias
descente de Itamar filho de Aarão, ministrava no Beit HaMIkdash, quando recebeu
dos céus uma profecia. Zacarias, do qual
a mulher era estéril, havia recebido de D-us a mensagem que seria pai e que,
este filho representaria um novo momento na história do povo de Israel. (Lc
1:5-25).
O anúncio do
nascimento de João Batista cumpria a profecia que antes da chegada do Messias,
Elias, o profeta, deveria aparecer para preparar o caminho para o Redentor de
Israel. Após o nascimento do menino seu agradeceu a D-us em forma de canto,
palavras que sugeriam a expectativa pelo surgimento da salvação. (Is 40:1-11;
Ml 3:1-5; Ml 4:4-6).
Durante o
mesmo período, seis meses depois, Mirian, uma jovem virgem desposada de um
homem chamado Yossef da tribo de Judá, descendente direto de David, recebera
também de D-us a mensagem que em seu ventre o próprio Messias seria gerado (Lc
1:26-38). Tempos depois, já casado com Miriam, ponderado a respeito da
informação de que seria pai do Mashiach, Yosef temeu pela vida de sua esposa e
filho, por conta do perigo do rei Herodes intencionar matá-los, uma vez informado
de tão grave acontecimento que poria em cheque sua situação de rei e sua
relação com Roma.
Tendo
assegurado por D-us, através da aparição de um anjo a ele dizendo que D-us
cuidaria da criança, uma vez que essa fora tomada por filho de D-us mediante a
concessão do Espírito Santo, a este, ainda no ventre de sua mãe, Yossef decide,
então, permanecer ao lado de sua mulher (MT 1:18-25).
Quase
dois anos após o nascimento do menino, informado pelos magos a respeito de seu
nascimento, Herodes manda assassinar todos os meninos da Judéia com idade
inferior ou igual a dois anos.
Diante
desses acontecimentos, Yossef sendo orientado por D-us, em companhia de sua
família, se refugia no Egito ate à morte de Herodes (Mt 2:1-23). Sua mãe
Miriam, similar com o que ocorreu com Zacarias após o nascimento de seu filho,
entoou um canto a D-us também fazendo referência a redenção de Israel que
ocorreria pro meio daquela criança. (Lc 1:46-56).
Uma
outra menção ainda da expectativa que o Messias deveria nascer é encontrada no
relato que menciona o sacerdote Shimeon, que foi quem presenciou a apresentação
do menino Yeshua no templo após os quarenta dias de purificação de seus pais.
Segundo
relato do Novo Testamento, D-us havia prometido a Shimeon que este não morreria
sem presenciar o nascimento do ungido (Lc 2:25-40).
Todos
esses relatos denotam a tensão político – religiosa que se instaura sobre a
população judaica da época do segundo templo. Por um lado, a esperança de
ressurreição, baseada nos escritos dos profetas, que registrava a época em que
o Messias deveria aparecer; por outro lado, um espírito de temor perceptível na
população geral, frente a opressão romana e constante iminência de perseguição
e morte, situações comuns durante o reinado de Herodes, que ao longo do mais de
50 anos de seu governo, foi responsável pela morte de milhares de vidas
judaicas.
6 O APARECIMENTO DE YOHANAN HAMATVIL (JOÃO
BATISTA)
Quase trinta anos se passaram,
desde o nascimento de Yeshua e João Batista. Agora já no reinado de Herodes
Antípas, filho de Herodes, o grande, a “voz do que clama no deserto”, como se
auto denominava, baseado na menção do profeta Isaías 40, João aparece no
deserto da Judéia, apregoando a necessidade de arrependimento dos pecados e
acusando a classe sacerdotal e política dos inúmeros pecados e atrocidade cuja
culpa recaia sobre seus ombros.
A pregação de Yohanan, cujo teor era
perceptivelmente influenciado por sua vivência entre essênios, trouxe para o
cenário de seu tempo um desconfortável incomodo à figura de Herodes, cuja
imagem já se encontrava bastante desgastada entre a maioria da população; não
bastasse o fato da forma déspota de que governava sobre seu povo somado aos
altos impostos, por ele instaurados, soma-se a estas coisas a presente acusação,
por parte do profeta, de que este mandara matar seu irmão Felipe a fim de tomar
o governo da Judéia, casando-se posteriormente com sua mulher. Tal situação
acabou por levar a morte de João Batista alguns anos depois (MT 14:1-12).
QUAL A IMPORTÂNCIA DA FIGURA DE JOÃO
BATISTA NO QUE SE REFERE AO MINISTÉRIO DE YESHUA?
Profetas como Isaías e Malaquias
haviam previsto que antes do aparecimento do Messias alguém cujo espírito de
Elias estaria sobre ele, deveria anteceder sua chegada (Ml 3:1-5 e 4:4-6).
Criado entre os essênios, devido a
fuga de parte da classe sacerdotal para o deserto, ainda no reinado de Herodes,
o grande, João foi preparado, purificado e santificado para o desafio de
promover a delação da corrupção de seu tempo, sabendo que isto inevitavelmente
levaria a seu assassinato (MT 3:7-12, Lc 3:1-14). A influência essência no ministério de João
Batista pode ser percebida através da importância que dava ao rito da imersão
em águas vivas com a finalidade de purificação de pecados. Entre os essênios,
esta era uma pratica muito comum.
Talvez como uma forma de
identificar-se com Elias, João Batista optou por vestir-se com roupas tecidas
com pelo de camelo e por viver no deserto e alimentar-se das coisas que lá
poderiam ser encontradas: mel silvestre e de uma espécie de gafanhoto
considerado na época pelo Sinédrio kasher e ainda existente.
Entre os temas apregoados por João
Batista estava a eminência da chegada da era messiânica. Por várias vezes nos
escritos do Novo Testamento lemos que, ao batizar as pessoas que vinham a ele,
João anunciava que após ele teria de vir alguém ainda mais importante e que
daria continuidade à redenção que estava sendo anunciada. Com a morte de João
Batista, seus discípulos passaram a seguir os ensinamentos do profeta Yeshua
que mais tarde fora identificado como o Messias durante seu batismo efetuado
próprio João.
QUE MENÇÃO TEMOS NO NOVO TESTAMENTO
DE QUE JOÃO REPRESENTAVA REALMENTE A FIGURA DO PROFETA ELIAS PROMETIDO?
Ente a multidão que seguia a João,
muitos cogitavam o que viria a representar a sua aparição; entre alguns,
acreditava-se ser ele resultado da ressurreição de algum profeta, entre outros
acreditava-se ser ele mesmo o Messias prometido a Israel. Contudo o próprio
João por algumas vezes respondera a cerca de si mesmo não ser ele o Messias,
mas sim, aquele que fora escolhido para preparar o seu caminho e para o
identificar para as pessoas de seu tempo.
Yohanan se identificava como a voz
que clama no deserto, ou seja, o cumprimento do que havia sido profetizado pelo
profeta Isaías no capitulo quarenta de seu livro, onde é dito: “Preparai o
caminho do Senhor”.
Após sua morte, tendo Yeshua sendo
indagado por Seus discípulos a respeito da tradição dos anciões que mencionava
a necessidade do aparecimento de Elias antes da chegada do Messias, o próprio
Yeshua identifica e atribui à João a manifestação do profeta Elias em seu
tempo.
A importância do aparecimento de
João está ligada a divulgação e a preparação de um ambiente social favorável
que se despertasse a ansiedade pelos ensinamentos que Yeshua traria tempos
depois. Com a morte de João, muitos de seus discípulos tornaram-se discípulos
de Yeshua.
Ao breve ministério de Yohanan,
deve-se boa parte da popularidade gozada por Yeshua nos dias seguintes. Tal
resultado seria ponto de preponderante na consolidação do ministério que Yeshua
exerceria.
7 – O APARECIMENTO
DO PROFETA YESHUA BEN YOSSEF
O aparecimento de Yeshua no cenário
da Judéia é manifestado ainda nos dias da pregação de João Batista. Após batido
por ele, Yeshua se prepara para seu ministério, iniciando um período de jejum
de quarenta dias em cujo tempo passaria no deserto confrontando-se com suas
necessidades humanas e aprendendo a controlá-las fortalecendo-se assim para um
trabalho que exigiria dele um nível muito superior em santidade, coragem e
presença de espírito para lidar com uma gama de situações que seriam colocadas
diante dele.
O Rabino Yeshua sabia que ao longo
de sua trajetória teria que saber lidar com todo tipo de pessoa. Isso incluía a
imensa massa da população pobre e
miserável, habitantes da província da Judéia, resultado de uma política
déspota e corrupta do período herodiano, bem como uma classe religiosa de
líderes: fariseus, saduceus, escribas e sacerdotes, muitos dos quais
mostrar-se-iam uma força opositora ao Seu Ministério e por muitas vezes alvo de
suas públicas e corajosas acusações.
Após seu período de preparação,
Yeshua começa a revelar-se como mestre reunindo-se após si um número cada vez
maior de pessoas interessadas naquilo que Ele tinha a dizer. Diferente no que
era comum entre os mestres e doutores da lei, Yeshua não costumava citar mestres anteriores a Ele e baseava suas teses
em cima da tradição oral do anciãos, Isto levou ao estranhamento de parte de
seu público em meio do qual crescia a percepção que seu ensino diferenciava-se
dos midrashim dos doutores da Lei, um vez que esse falava como que tem
autoridade, isto é, como se os ensinamento
viessem de si e não de mestres anteriores a Ele. Yeshua alegava receber
do próprio D-us a capacidade de interpretar a Torah, fazendo uso de seu
profundo conhecimento, não apenas da Lei de Moisés, mas também acerca dos
ensinos dos profetas. Por um lado isso atraia a atenção de milhares de pessoas
entre a população religiosa, ávidas pelo ensinamento de qualidade. Por outro
lado, contudo, despertava a inveja e um sentimento de irritação em alguns
mestres de seu tempo, que viam nisso esvaziamento de seguidores em suas
fileiras. Com o inicio de seu ministério, Yeshua tratou de selecionar entre a
multidão setenta homens, os quais chamaria de discípulos (Talmidim), dentre os
quais posteriormente escolheria doze os quais chamaria de apóstolos (Shalichim-emissários).
Entre a multidão que seguia os
ensinamentos de Yeshua, uma classe diversificada de pessoas era percebida:
religiosos, pessoas do povo de todas as classes sociais, publicanos (judeus com
cargos no império romano), cobradores de impostos, zelotes (uma força de
rebeldes anti-imperial) e até mesmo ex-prostitutas. Este público heterogêneo
também chamava a atenção da elite religiosa de Sua época por representar para
eles a perceptível capacidade de Yeshua em atrair as multidões. A medida que
sua fama aumentava, sua popularidade alcançava até mesmo integrantes da classe
sacerdotal, o que, doravante passava a preocupar aqueles muitos judeus,
principalmente sacerdotes que dependiam
da estabilidade e do equilíbrio social para manter intactas suas relações
políticas com o império.
COMO SE DESENVOLVEU
O MINISTÉRIO DE YESHUA?
O ministério teve seu crescimento
inicialmente percebido na região da Galiléia onde fora criado. Como primeiro
ato de revelação de sua identidade messiânica ao entrar em uma sinagoga em
Cafarnaum, vilarejo próximo a Nazaré, durante a leitura da Haftarah referente a
parashá de Netsavim, texto correspondente ao capitulo 61 do profeta Isaías.
Yeshua identifica-se publicamente com o texto, alegando ser ele mesmo Aquele
sobre quem repousava o Espírito de D-us e que testemunhava acerca do propósito
de sua missão. Os milagres que Yeshua passou a efetuar a partir desse momento,
passaram a consolidar sua fama nas mais diversas camada da sociedade, cujos
rumores eram crescentes, mesmo na capital Jerusalém.
Embora muitos não o conhecessem pessoalmente,
cada vez mais a Sua fama se espalhava após si um número imenso de curiosos;
pessoas em busca de milagres e pessoas esperançosas para eminente chegada da
paz em Israel, começavam a preocupar a classe sacerdotal frente ao galopante
crescimento de sua popularidade.
Muitos pseudo-messias tornaram-se
populares na época que antecedeu a esses dias, mas nenhum deles tornar-se-ia
tão popular, não apenas pelas palavras diferenciadas de Seu discurso mas também
pela quantidade e grandiosidade dos milagres e sinais realizados por Ele. A
partir daí, a exemplo dos ensinamentos outorgados por Moisés, Yeshua passa a
ser o foco de indagações e como provar sua qualificação de profeta de D-us, não
obstante aos milagres que o mesmo realizava.
8 IMPACTO DA MENSAGEM MESSIÂNICA DE YESHUA
Desde o primeiro
momento da mensagem de Yeshua, após ter sido ele batizado por Yohanan, a
mensagem de Yeshua vinha de encontras as expectativas e anseios da maioria da
população. As mensagens que ele trazia tinham o efeito de reflexão sobre a
forma de como o judeu deveria conduzir
sua vida, aplicando a Torah de forma, justa e equilibrada, sem se ater
demasiadamente à tradição de homens que por muitas vezes acabavam por anular o
verdadeiro significado das leis outorgadas por D-us para o aprimoramento do
homem. (MT 5:17; 6:8)
Inevitavelmente, isso acabou por
despertar uma reação contraditória entre os autores da Lei, a classe sacerdotal
e alguns membros do Sinédrio, já que essa mensagem além de alcançar tamanha
amplitude por muitas vezes era entendida como criticadora da forma como estes
conduziam a espiritualidades do povo.
Tanto no que se refere a Yeshua ou a
Yohanan, seu precursor, era perceptível a clara influência essênia no teor de
seus ensinamentos.
Entre os essênios havia a prática de
se abster das coisas deste mundo, buscando viver uma vida simples; chamavam-se
uns aos outros de chaverim e praticavam o banho ritual como forma de
purificação espiritual. Alguns entre eles optavam por não se casar e eram
conhecidos pelo povo como nazarenos, muito embora não habitasse em Nazaré, mas
por seu voto de nazireado, muito comum entre a maioria deles.
É CORRETO DIZER QUE
YESHUA E SUA MENSAGEM NÃO FORAM ACEITOS ENTRE O POVO JUDEU?
Durante os três ano e meio de
ministério de Yeshua milhares de pessoas o seguiram, isto representavam uma
situação sem precedentes na história recente de sua época, Judeus de todas as
classe, sociais e religiosos sentavam-se para ouvir os seus ensinamentos. Havia
ainda aqueles que financiavam seu ministério e possibilitavam que Yeshua e Seus
discípulos dedicassem exclusivamente a divulgação de sua mensagem. No auge de seu ministério, diante dos inúmeros
milagres que eram realizados por Ele e seus discípulos, comprovados por meio de
seus ensinamentos e em nada contradiziam as palavras da Torah, ate mesmo
pessoas de outras nacionalidades vinham a ele para obter não apenas milagres,
mas também para ouvir a respeito do que ele ensinava.
Portanto é possível dizer que os
seguidores judeus de Yeshua, principalmente entre a classes dos mais
religiosos, era muito maior do que se possa imaginar. Diante de uma situação
social crítica vivida pela maioria da população judaica de seu tempo, vitimada
por uma minoria aristocrática que gozava de uma situação privilegiada, formada
por sua maioria pela classe sacerdotal, viam nas palavras de Yeshua um
refrigério de esperança para os problemas enfrentados no dia a dia das pessoas.
Assim é possível dizes que a grande
maioria de judeus de seu tempo, ao contrário do que se possa pensar, estava
plenamente preparada para aclamar Yeshua como Messias, caso ele viesse se
declarar publicamente, o que confirma a preocupação da minoria dominante.
QUE IMPACTO AS PALAVRAS DE YESHUA
CAUSARAM SOBRE A CLASSE SACERDOTAL E POLÍTICA DA ÉPOCA¿
Yeshua, assim como João Batista,
constantemente acusavam parte da classe religiosa dominante de não cumprirem
com seu papel de pastorear o povo como se deveria. A exemplo do que podemos ler
no capitulo 23 do profeta Jeremias, Yeshua acusava os sacerdotes, quando suas
palavras sugeriam que os mesmos seriam destituídos de seus cargos pela mão do
próprio D-us, em virtude da decadência perceptível na forma como exerciam suas
funções (MT 13:13-33; 15:10-20; 23:24-33).
Inevitavelmente, a forma contundente
como Yeshua criticava a classe sacerdotal e parte da comunidade farisaica, que
em nada parecia estar em conformidade com o que pregava o farisaísmo, da margem
gradativamente a uma conspiração, que mais tarde iria culminar em Sua morte.
9- OS SINAIS QUE YESHUA FAZIA X SEUS
ENSINAMENTOS
Segundo a Lei de Moisés, que
prometera que um profeta seria levantado entre o povo de Israel semelhante ao
próprio Moisés, estavam registrados os critérios para que um profeta pudesse
ser aceito e identificado como um verdadeiro profeta de D-us para o povo de
Israel.
Este profeta que seria levantado
dentre o povo de Israel deveria necessariamente ser criado por seu povo, uma
vez que o próprio D-us assegurou que
suas palavras estariam em Sua boca. Não crer no Mashiach quando este chegasse,
significaria na prática ter que responder diante de D-us a quebra da mitzvah.
No entanto, este profeta, como
qualquer outro profeta, deveria ser provado diante do critério bem estabelecido
de que: 1 – Seus sinais deveriam ser comprovados como verídicos. 2- Suas
profecias deveriam se cumprir. 3 – Seus ensinamentos não poderiam estar em
desacordo com a Torah nem com os ensinos dos profetas e ou levar o povo à
idolatria.
COMO OS MILAGRES DE YESHUA PODERIAM SERVIR DE
SINAL PARA SUA MESSIANIDADE?
Os sinais que Yeshua fazia não
tinham precedentes na história recente do povo de Israel. Nos quatrocentos anos
em que Israel permanecera sem a figura de profetas, desde o tempo de Malaquias,
não se tem notícias de alguém que tenho feito milagres da magnitude dos que
Yeshua realizava. Isso acabou por despertar o interesse da própria classe
sacerdotal, fazendo com que até mesmo um sacerdote, membro do sinédrio, chamado
Nicodemos, certa vez tenha ido ocultamente
e ter com Yeshua e confessasse que os milagres e sinais e por Ele
realizados não poderiam ser feitos por alguém que D-us não estivesse com ele.
Entre os sinais mais relevantes do
ministério de Yeshua registra-se a cura de leprosos, a devolução da visão a
cegos, a cura de pessoas aleijadas e até mesmo a ressurreição de mortos. Embora
sinais de menor porte pudessem ser observados entre a classe farisaica e os
falsos messias que o antecederam, nenhum desses podiam ser comparados com a
dimensão dos que Yeshua realizava. (Jô 3:1-12)
Em virtude de tais sinais, ficava
claro que a obra do profeta Yeshua não poderia ser mais ignorada. Logo
começaram então as divagações, pelas mais diferentes classes religiosas
judaicas, a fim de que Sua concepção filosófica e doutrinária pudesse
corroborar para a sustentação ideológica das diferentes facções judaicas,
iniciava-se assim a validação de Sua condição de profeta que doravante
precisaria ser comprovada.
COMO OS
ENSINAMENTOS DE YESHUA CORROBORARAM PARA A VALIDAÇÃO DE SEUS SINAIS?
Por algumas vezes encontramos
citações no Novo Testamento, discussões e indagações entre Yeshua, fariseus,
saduceus e sacerdotes. Entre os saduceus questionava-se a crença de Yeshua na
ressurreição dos mortos. Yeshua claramente se posicionava favoravelmente a esta
crença, como muitas vezes afirmando, Ele mesmo, como o Messias de Israel ser
aquele quem ressuscitaria os santos nos fins dos dias.
Entre os fariseus era constantemente
indagado a respeito dos mandamentos. Yeshua uma vez, interrogado pelos doutores
da Lei a respeito de qual deveria ser considerado o maior dos mandamentos
respondeu sabiamente e disse: “Shemah Israel Adonai Eloheinu Adonai Echad.” Yeshua
continua Sua resposta dizendo a exemplo do que já havia sido mencionado por
Hilel, que amar a D-us sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo,
constitui juntamente com a crença do único D-us ser este o maior dos
mandamentos (Mc 12:28-34).
Diante destas coisas é perceptível
que não restara duvida a cerca da aprovação divina no que se refere ao
ministério de Yeshua, seja na operação se seus sinais ou no que se refere ao
teor de Seus ensinamentos.
YESHUA
E A DOUTRINA DOS FARISEUS
Na contra mão do senso comum que
acredita ser a doutrina farisaica uma oposição ao pensamento de Yeshua, é possível perceber nos escritos do assim
chamado, Novo Testamento, que o Messias em nenhum momento discorda da forma
como os mesmos interpretam a Torah.
A origem dos fariseus está ligada a
uma história de comprometimento e dedicação a Torah. Ainda nos dias do reino
hasmoneu, foram eles os responsáveis pela promulgação da chamada, “Lei
escolar”. Esta Lei determinava que todos os judeus deveriam ser obrigados a
aprender a ler e escrever. A classe farisaica estava a frente da
responsabilidade da educação e erudição religiosa do povo judeu. Em um tempo
onde 80% da população mundial vivia sob a escuridão do analfabetismo, entre a
comunidade judaica era perceptível que a graças aos fariseus todos os judeus da
época do segundo templo sabiam minimamente ler e escrever. Somente nesta forma
foi possível garantir a religiosidade de um povo cuja a fé se baseia
inteiramente em uma tradição escrita.
COMO YESHUA
CLASSIFICAVA A INTERPRETAÇÃO FARISAICA ACERCA DAS ESCRITURAS?
Yeshua mencionava pelo capitulo
vinte e três de Mateus, Sua crença de que sobre a cadeira de Moisés, ou seja,
sobre a autoridade de interpretar a Torah estava a responsabilidade outorgada
aos escribas e aos fariseus. Yeshua nada tinha contra a forma como os mesmos
interpretavam a Lei. Muito embora algumas vezes Yeshua tinha criticado a forma
hipócrita e demagógica como alguns dentre eles viviam, em nenhum momento
desacreditou a interpretação oral da Torah, trazida desde o tempo de Ezrah até
seus dias, considerados este por muitos o primeiro dos fariseus. (MT 23:1-33)
Sobre a sombra dos ensinamentos de
Ezrah, que dedicou a ensinar a Lei ao povo de Israel, os fariseus, “Perushim”, como eram assim chamados, viviam
uma vida justa e dedicada a Torah, concentrada na organização das sinagogas, no
ensino religioso das pessoas, na contra mão do que era percebido entre os
saduceus, por exemplo, que eram claramente partidários da condução político
sacerdotal corrupta de sua época. Muito embora pouco mencionado eram os
saduceus e nãos os fariseus, verdadeiros opositores daquilo que Yeshua
ensinava.
DE QUE FORMA O
FARISAÍSMO CONTRIBUIU NA CONSOLIDAÇÃO DO JUDAÍSMO E CRISTIANISMO MODERNO?
Após a destruição do segundo templo,
com a permissão do império romana, duas grandes escolas rabínicas foram criadas
pelos fariseus tanto em Jerusalém como na Babilônia, lugar para onde alguns
judeus refugiaram-se durante o período da primeira diáspora judaica. Essas
academias, totalmente dirigidas pelos fariseus lançaram as bases do que se
tornaria o judaísmo rabínico moderno com a escrita da Mishnah e a finalização
dos dois Talmudim (o de Jerusalém e o da Babilônia), que deixaria registrado
para sempre a tradição oral da interpretação da Lei segundo nossos sábios do
passado. Portanto, o judaísmo atual como testemunha e guardião da Torah, deve
seu papel sacerdotal exclusivamente a classe dos fariseus.
Paralelo a isto, Shaul HaShaliach, o
apóstolo Paulo, judeu de nascimento, nascido na Silícia região da Itália, onde
vivia uma grande comunidade judaica, criado aos pés de Gamaliel, o grande, este
membro do Sinédrio. Paulo fariseu de tradição familiar, após ter abraçado a
Nova Aliança, fundamentou seus ensinamentos e doutrinas inteiramente na forma
como os fariseus a interpretavam, a exemplo disto esta a clara defensoria na
crença da ressurreição dos mortos, crença esta, amplamente também defendida
pelo próprio Yeshua.
No que concerne aos saduceus e aos
sacerdotes, no entanto, este tiveram pouquíssima influência sobre os
acontecimentos futuros, no que tange à religião judaica após a destruição do
segundo templo. Acredita-se que dentre os sacerdotes muitos seguiram a
profissão de açougueiros, já que estes conheciam profundamente as Leis
relativas a Shemitah – o abate ritual dos animais. Já os saduceus desapareceram
por completo, sendo atualmente considerada uma vertente extinta do judaísmo.
11 - ACLAMAÇÃO DE YESHUA PELO POVO, E A
PURIFICAÇÃO DO TEMPLO
No
fim do terceiro ano do ministério de Yeshua, Seu nome já era bastante
conhecimento em toda a província da Judéia, contudo sua fama era
consideravelmente maior no que se refere a região da Galiléia, ou seja, nas
cidades ao derredor do lago de Kineret (Tiberíades, Cafarnaum, Nazaré, Cana
entre outras). Durante a Festa de Tabernáculos, um ano antes, estando Yeshua em
Jerusalém, como faziam em todas as festas por ocasião a peregrinação
obrigatória a cidade, Yeshua revela-se como o Messias de Israel o que a partir
daí torna-se notório sua fama Messiânica, também em Jerusalém.
Tendo em conta ser Jerusalém o
centro nervoso religioso da época e também a capital da província, Yeshua ao
fazer isto, se tornou uma figura notória a toda a classe sacerdotal dominante
bem como às forças políticas judaicas ou romanas, que ali estavam
estabelecidas. Daquele momento em diante, iniciava-se uma conspiração que
visava tirar a vida de Yeshua, tendo em vista a figura polemica e contestadora
que Ele representava. Isto punha ainda mais dificuldade e o povo, tendo em
vista que esta já não contava mais com aprovação desde longa data. Somando –se
a isto, a eminência de uma aceitação em massa da figura de Yeshua como
Mashiach, tratou de preocupar ainda mais àqueles tinha interesse em Sua morte.
Diante de tal situação, acelerou-se o processo para tentar criar uma situação
em que Yeshua pudesse ser morto.
QUE ATO DE YESHUA
DEFINIU O PLANO DE LHE MATAR?
Dias antes de Sua morte, a exemplo
do que faziam os reis de Israel, após terem sido coroados em Hebron no primeiro
dia do mês de Nissan, Yeshua, em um ato claramente proposital, entrou pelas
portas de Jerusalém montado sobre um filhote de jumenta, que nunca havia sido
montado por ninguém.
Diante da expectativa do povo de que
o Mashiach deveria assim aparecer e de que isto poderia acontecer a qualquer
momento, ao ver Yeshua ladeado por seus discípulos entrando em Jerusalém desta
forma, todos os que ali estavam; habitantes de Jerusalém, judeus de toda a
Judéia e também da diáspora, começaram a aclamá – lo como o Rei e a dizer
“Baruch Habah BeShem Adonai” (Bendito é o que vem em nome do Senhor). Esta
frase consistia em uma palavra de ordem que se referia a reis e sacerdotes
quando Estes entravam em um recinto público. Era uma tradição judaica aclamar
desta forma os reis que eram colocados sobre Israel, um vez que estes, segundo
o que se acreditava, eram escolhidos pelo próprio D-us para assumirem este
cargo.
A medida que Yeshua entrava em
Jerusalém, as pessoas estendiam suas capas e folhas de palmeiras em sinal de reverência e também diziam
Hoshiana, que significa “salva – nos por favor”. Diante disto, tornou-se claro
de que a população judaica da época, depositava em Yeshua a esperança de,
através dele, ser salva do domínio romano e de que Ele naqueles dias pudesse
estabelecer o reino de D-us sobre a terra e se assentar sobre o trono de David,
que fora usurpado desde os dias do cativeiro Babilônico (Zc 9:9; MT 21:1-11)
APÓS ENTRAR EM
JERUSALÉM QUE ATOS SE SEGUIRAM QUE CULMINARIAM NO PLANO DE MATAR YESHUA?
Quando Yeshua veio a Jerusalém,
sabia que estaria fazendo isto pela ultima vez. Ele preparou – se durante três
anos para tal atitude. Yeshua sabia que a classe sacerdotal da época já não representava a
autoridade de D-us sobre Israel. Ele entendia também que a própria estrutura
sacrificial já não cumpria seu papel de aproximar Israel de D-us. Isto tudo
havia se tornado um mero espetáculo religioso e uma fonte altamente rentável,
um vez que as pessoas traziam consigo o dinheiro acumulado para a celebração
das festas e precisavam comprar as vitimas que seriam oferecidas. O câmbio
especulativo da venda de tais animais aproveita-se das longas distâncias
percorridas pela população para se beneficiar criminosamente dos altos preços,
praticados na compra e na venda desses itens. (MT 21:12-17)
O ato libertário que Yeshua estava
prestes a fazer. Marcaria definitivamente a eminência de Sua morte. Ele havia
vindo ali para isto e está claro que ele
estava ciente das conseqüências dos atos que se seguiram. A purificação do
templo, como ficou conhecido este evento, constitui-se de uma acusação pública
de Yeshua no que se refere a toda estrutura religiosa de seu tempo.
Ao entrar no templo e promover uma
revolta que constituiu em destruir as mercadorias e mesas do que ali vendiam
itens religiosos, seguidos da critica de que os sacerdotes haviam feito da casa
de D-us um lugar de comercio acusando-os de ladrões, Yeshua, na prática estava
se entregando para morrer, mas não sem antes cumprir o papel para o qual havia
sido chamado. (MT 21:23-32)
A
TRAMA PARA MATAR YESHUA E SUAS ACUSAÇÕES
As duas últimas semanas da vida de
Yeshua representaram o momento de maior atividade sacerdotal no que se refere
às alianças político-religiosas que precisaram ser estabelecidas para criar um
quadro de acusação contra Yeshua diante do povo e diante de Roma.
Entre as formulações de acusações
que seriam colocadas, tratou-se de listar-se de forma maldosa, supostos
elementos que viessem a colocar a figura de Yeshua contra o sistema social
religioso de Sua época. Os sacerdotes sabiam que precisariam levar ao sinédrio
não apenas acusações contundentes, mas também comprovações testemunhais
de que tais coisas realmente eram procedentes. Foi então que através da
compra e subornos de falsas testemunhas e a tentativa de minar a própria cúpula
dos discípulos de Yeshua, encontrou na pessoa de Judas o elo fraco que
culminaria na traição. As acusações eram de que Yeshua queria derrubar o templo, isto baseado na
afirmação registrada no evangelho de João (derrubai este templo e em três dias
eu construirei novamente). Apesar de Yeshua estar falando de Si mesmo e de seu
próprio corpo, tais palavras foram usadas contra ele para acusá-lo diante do
tribunal. Somam-se a isto as falsas acusações de que Ele falara contra o
profeta Mosheh, contra a Lei, de que se dizia filho de D-us e Rei dos judeus.
Esta última acusação seria contra ele mais tarde, diante de Pilatos, o
procurador romano.
COMO SE DEU O PLANO
PARA PRENDER YESHUA?
Durantes os festejos de Pessach,
enquanto toda a cidade estava envolvida com os preparativos da festa, uma
cortina de fumaça propícia se estabelecia favoravelmente para uma conspiração
que se formara nos bastidores da cúpula clerical judaica. Após ter subornado
Judas, um dos apóstolos de Yeshua, procurava-se a oportunidade perfeita em que
Este estivesse sozinho para que o pudessem prender. Estranhamente, durante este
processo, classes religiosas opostas, como a dos fariseus e a dos saduceus e
também a classe sacerdotal, uniram-se motivadas por razões meramente políticas,
para dar cabo de um inimigo comum.
O número dos que tramaram tal
conspiração e emboscada não era expressivo, mas formado por outro lado de
figuras importantes da classe religiosa e com condições financeiras favoráveis
para se comprar as testemunhas necessárias para mentirem em juízo e consolidar
assim a condenação de Yeshua.
A preocupação, no entanto, por parte
da classe sacerdotal era que, uma vez declarada à oposição e a intenção de dar
cabo da vida de Yeshua, promovesse inevitavelmente um levante por parte do
povo. Bem por isso, escolheu-se o dia quatorze de Nissan, primeiro dia da
Páscoa Judaica, enquanto todas as famílias estavam dentro de suas casas
madrugada adentro celebrando o livramento da última praga do Egito, para que no
meio da madrugada, após Yeshua ter se dirigido para o monte das Oliveiras –
após a celebração do seder de Pessach – enquanto Yeshua fazia sua última oração
antes de Sua morte. Este foi preso pelos soldados do templo e levado diante de
Caifás, o sumo sacerdote.
Tal inteligência só foi possível ser
executada por que Judas identificou Yeshua para os soldados sacerdotais, uma
vez que muitos deles se quer o conheciam fisicamente. Ler (MT 26:!-56; Jô
18:1-12)
O QUE ACONTECEU COM
SEUS DISCÍPULOS APÓS SUA PRISÃO?
Com a ideia de se prender Yeshua,
houve uma tentativa de resistência inicial por parte dos discípulos, que haviam
sido orientados por Yeshua a estarem armados naquele momento, talvez para
defenderem a si mesmos. (Lc 22:34-37)
Neste evento é mencionado de que
Keifah, o principal de seus discípulos, teria chegado a cortar a orelha de um
soldado com a espada que trazia consigo. Yeshua no entanto, após curar o
soldado entregou-se para ser levado cativo, sem oferecer resistência. Os
discípulos, que ate então estavam com ele, dispersaram-se e até o momento da
crucificação, fugiram da vista dos oficiais para que também eles mesmos não
corressem o risco de serem condenados à morte. (MT 26:69-75)
Após ser levado a Caifás, Yeshua é
preso e por toda a noite aguarda por seu julgamento que se realizaria na manhã
seguinte. Tudo isto aconteceu enquanto a maioria das famílias judaicas e os
próprios sacerdotes comemoravam ao redor de suas mesas os festejos da páscoa, comendo do cordeiro
pascoal que era imolado na tarde anterior para ser comido durante a noite. Todo
este contexto tornou-se favorável para que não se percebesse o que estava
acontecendo, o que só se tornou conhecido na manhã seguinte.